Obairro do Reduto tem dois lados. Um moderno e outro histórico. Um vertical, com prédios altos e grandes construções; e outro horizontal, com ruas estreitas, casas e praças. Um lado é muito movimentado, com lojas, bares e supermercados. O outro é mais calmo, com moradores antigos, em uma área soturna.
Uma parte do bairro é extremamente rica, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que mais da metade da população do bairro tem renda familiar acima de 10 salários mínimos. Mas a área enfrenta problemas com criminosos, usuários de drogas e prostituição. Hoje, o Reduto é um dos endereços mais caros da Grande Belém, principalmente nos arredores da avenida Visconde de Souza Franco, onde fica o Boulevard Shopping. Carmem Martins, aposentada de 86 anos, mora há 34 anos no bairro e não pensa em se mudar. “Gosto muito da localização. Tem muita coisa próxima. O bairro cresceu muito”, observa.
(Foto: Marcos Santos)
(Foto: Marcos Santos)
Localizado no centro de Belém, o Reduto esconde em suas ruas estreitas um pouco da história da fundação da cidade, mas alia o passado com males da modernidade: os transtornos do trânsito pesado e insegurança
LOCALIZAÇÃO
A localização central ajuda o mototaxista Anderson Cleiton, 34, que lucra com a grande quantidade de passageiros ao redor do shopping. Mas Anderson reconhece que o bairro tem problemas. “O trânsito é um caos. Em horário de pico, fica tudo interditado”, relata. Selma também concorda com Anderson e acrescenta que os semáforos da avenida Visconde de Souza Franco “mais ajudam a congestionar do que organizam qualquer coisa”, reclama.
A segurança também é um ponto que preocupa a funcionária pública Lúcia Lauzide, 68 anos, que há 31 mora no Reduto. “É assalto o tempo todo. A minha casa já foi invadida e saqueada e tive de instalar câmeras e cerca elétrica”, revela. “Uma vizinha minha teve o carro levado semana passada!”, conta a moradora. Mas, apesar dos problemas, Lúcia não se vê morando em outro lugar. “Meus filhos sempre insistem para eu me mudar, preocupados com a minha segurança. Mas eu não quero, é aqui que me sinto bem”, conta.
“Ah, tem muita criminalidade, né? A gente fica com medo de sair de casa e andar sozinha pela rua", Carmem Martins, 86 anos, Aposentada (Foto: Marcos Santos)
“É perto de tudo que se precisa. Tem uma ótima estrutura, muitos bancos, farmácias, supermercados, lojas, várias coisas”, Lúcia Lauzide, 68 anos, Funcionária pública (Foto: Marcos Santos)
“Aqui é perigoso demais. Já presenciei vários assaltos, arrastões. Isso aqui fica deserto de noite e não tem policiamento, nunca melhora", Elder Nogueira, 27 anos, Vendedor (Foto: Marcos Santos)
CURIOSIDADES E FRONTEIRAS
- O bairro surgiu em 1751, como o Reduto de São José. A ideia era erguer um forte militar para proteger e expandir o território do município a partir do Forte de São Pedro Nolasco, onde hoje fica a Estação das Docas.
- Nas ruas tranquilas do Reduto, ainda encontramos as vilas operárias Áurea e Nossa Senhora de Fátima, que chamam a atenção pela beleza de seus traços arquitetônicos e casas simples.
- O Reduto faz fronteiras ao norte com o bairro do Umarizal, ao sul com a Campina, ao leste com Nazaré e a oeste com a Baía de Guajará.
Para entender
O MELHOR DO REDUTO
Localização central, shopping, comércio em geral e lazer, com praças, bares e restaurantes.
O PIOR DO REDUTO
Insegurança, visto que a área tem constantes assaltos; além do trânsito intenso que sempre registra congestionamentos.
(Arthur Medeiros/Diário do Pará)
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