O 401º ano de Belém não começou muito bem, se for levada em consideração a atual condição do Pórtico Metrópole, passarela que não apenas serve de tráfego de pedestres na rodovia BR-316, mas é também o portal de entrada da cidade, localizado no limite com o município de Ananindeua.

Três das quatro escadas rolantes que dão acesso à passarela estão fora de funcionamento, assim como todos os elevadores. Carlos Ribeiro, de 75 anos, estava ofegante ao terminar de subir os degraus paralisados. “Imagine eu, nessa idade, com problemas na coluna, ter de subir isso aqui? Faço porque preciso, mas é um sacrifício”, diz o aposentado. 

A policial militar Edilene Macedo, de 44 anos, enfrenta o mesmo problema. Suada e ofegante, conta que, se já é difícil para ela, é ainda pior para pessoas mais velhas ou com deficiência, como o próprio marido, que tem problemas de locomoção. “Essas escadas nunca funcionam, é uma raridade”, reclama.

Além do difícil acesso, a iluminação é precária e tem fiação exposta. O lado que fica no sentido Belém-Ananindeua está praticamente no escuro, com quase todas as lâmpadas queimadas. Atravessar a passarela durante a noite já é considerado perigoso pela população, que se sente ainda mais em risco com a falta de iluminação. 

MAIS PROBLEMAS

“A gente fica à mercê da bandidagem, que corre solta por aqui”, critica a professora Suely Ribeiro, 35 anos, que trabalha próximo do Pórtico e precisa acessá-lo todos os dias. Sujeira; pichações; fedor e aglomeração de vendedores ambulantes, que atrapalham o fluxo de pedestres, são outras reclamações levantadas. 

Enquanto a reportagem do DIÁRIO esteve no local, não faltaram comentários negativos dos transeuntes apressados. Todos unânimes em afirmar que a obra era a vergonha da cidade e que não havia nada a ser comemorado no mês de seu aniversário de 401 anos.

(Arthur Medeiros)

MAIS ACESSADAS