Até o fim deste semestre deve começar a ser testada a vacina contra o vírus zika em humanos. É o que prevê o Instituto Evandro Chagas (IEC), caso entraves burocráticos não atrapalhem. Os testes foram feitos inicialmente em mosquitos e camundongos. A fase atual, em que os macacos estão sendo testados, deve ser concluída até maio.

Os pesquisadores brasileiros atuam em parceria com a universidade Medical Branch, do Texas, nos Estados Unidos. O acordo internacional foi um passo importante para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus. “Sem esta parceria teríamos conseguido o nosso objetivo, mas em vez de 7 meses, levaríamos de dois a três anos”, avalia o diretor do IEC, Pedro Vasconcelos.

De acordo com Vasconcelos, que também integra o Comitê de Emergência para o Zika e Microcefalia da OMS, as tarefas entre os dois laboratórios foram divididas desde o sequenciamento genético do vírus selvagem até o desenvolvimento da vacina, de modo a acelerar o processo. Enquanto os cientistas americanos foram os responsáveis por produzir clones geneticamente modificados do zika vírus, os brasileiros testam o material em animais.

Essa vacina vai, segundo o pesquisador, proteger as mulheres em idade fértil de se infectarem durante a gestação para que, a infecção não leve a lesões como a microcefalia nos fetos. Contudo, a imunização não é indicada para as mulheres grávidas por conta dos riscos de contaminação dos fetos. “Uma das recomendações é que a mulher faça o teste de gravidez antes da imunização. O vírus é vivo, por isso é contraindicado em grávidas”, destaca.

(Wal Sarges)

MAIS ACESSADAS