A adoção de um pet, seja um cachorro ou gato, é um momento de felicidade para qualquer família e também para o animal. E quando se tem uma criança na residência, essa felicidade é ainda maior.
Muitos animais estão em abrigos aguardando carinho uma vez que foram vítimas de maus tratos de seus donos.
Vamos te dar algumas dicas de locais para adotar e os cuidados que se deve ter antes de levar o pet para casa.
Em Belém, vários espaços abrigam animais que aguardam por adoção.
Dentre eles estão Abrigo Au Family, Amor de Patas, Vira-latas de Raça, Peludinhos da UFPA, Canil/Gatil da UFRA, Controle de Zoonoses, entre outros.
CONSCIÊNCIA
Mas antes de adotar um animal é importante ter alguns cuidados, de acordo com a veterinária Michelly Vasconcelos.
“Independente se você vai pegar um animal na rua ou em um abrigo, é preciso saber que ele precisará de amor incondicional. Mas é preciso ter atenção antes de levá-los para casa. Se for adotar de um abrigo, pegue todas as informações como datas de vermifugação, vacinação, data ultimo cio, se é castrado, se tem alguma doença que necessite de cuidados, que ração come, entre outras”, explica, além de alertar que é importante ter um veterinário de confiança para qualquer situação de emergência.
ADAPTAÇÃO E RELAÇÃO COM OUTROS ANIMAIS
A chegada de um animal, além de ser motivo de alegria, também pode gerar ciúmes, caso já tenha outro pet na residência.
“Se tiver outros animais, sugiro deixar separado por cerca de 1 semana, para observação de doenças e adaptação dos outros animais. Aos poucos eles vão se acostumando com a presença do outro animal”, completa Michelly Vasconcelos.
ESPAÇO FÍSICO
É importante verificar o espaço que você tem em sua residência e saber que ele vai precisar de atenção, que ocupará parte do seu tempo.
“Se o animal for grande, certamente ele vai precisar de mais espaço em sua casa. Então é importante analisar esse item. A pessoa que for adotar também precisa dispor de um tempo para passear, brincar, dar carinho para o novo membro da família. Além de lembrar que é necessário levá-lo, a cada seis meses, para fazer um check up geral”, detalha a veterinária.
Ela afirma ainda que é importante sempre manter as vacinas de virose e raiva em dia, prevenção de pulgas e carrapatos e sempre manter a mesma alimentação.
HISTÓRIAS DE ADOÇÃO
Após muitos momentos de tristeza na vida da agente de saúde Maurilena Silveira e de sua família, duas cadelas, batizadas como Cristal e Choquinha, foram adotadas e mudaram a vida da família.
Em 2013, dois fatos tristes marcaram a vida dos Silveira. O primeiro foi o atropelamento e morte do cachorro da família. Dois meses depois, o irmão de Maurilena também faleceu em um acidente.
“Depois disso nossa família se desligou do mundo e não acompanhávamos as notícias do que estava acontecendo. Quando foi em 2014, vi uma postagem no Facebook de um shopping dizendo que ia ter uma feira de adoção de cães e gatos e uma foto de um cachorro que parecia muito o nosso que tinha morrido. Esse cachorro tinha vindo Santa Cruz do Arari, após o massacre. Então entrei em contato com o abrigo Au Family e disse que tinha interesse de adotar. Então conversamos e a Cristal veio para casa, alegrar nossa família”, conta Maurilena Silveira.
(Foto: arquivo pessoal)
O massacre de cães em Santa Cruz do Arari, no arquipélago do Marajó, do qual Maurilena Silveira se refere, aconteceu em 2013, quando o prefeito Marcelo Pamplona (PT) foi acusado de pagar de R$ 5 a R$ 10 a quem capturasse cães e os colocasse em uma canoa para que fossem levados do município.
Em dois dias, mais de 300 cães foram supostamente exterminados e o caso ganhou repercussão nacional, chocando milhares de pessoas.
O morador da cidade, Aragonei dos Santos, 49, filmou com celular a “caçada” aos cães pela cidade e foi agredido porque ameaçou denunciar o caso. Na época, o prefeito confirmou a captura dos animais, negou o extermínio e afirma que a caçada deve continuar.
Maurilena Silveira disse ainda que poucos meses após adotar Cristal, a família também adotou “Choquinha”, uma cadela que estava no Batalhão de Choque da Polícia Militar, aguardando adoção.
“Nós tomamos conhecimento desse outro animal que estava com a pata quebrada e precisava de um lar temporário. Então ela veio para minha casa, mas nos apaixonamos por ela, e adotamos. Hoje temos quatro em casa, sendo que os outros dois, um foi adotado da feira e outro ganhei de uma amiga. Eles alegram nossa casa e são como membros da família. Eles ficam dentro de casa com a gente”, detalha.
Ela conta ainda que procura sempre fazer doações de rações para abrigos que ajudam animais que aguardam adoção.
COMO ADOTAR?
Para adotar um cão ou gato, é preciso que o interessado se dirija ao Centro de Controle de Zoonoses, localizado no km 11 da Avenida Augusto Montenegro, com documento de identificação e comprovante de residência, no horário de 8h às 17h.
O interessado também passa por uma entrevista com a equipe do CCZ e recebe orientações sobre posse responsável. Mensalmente também são realizadas feiras de adoção de cães e gatos em locais públicos, onde os interessados por fazer a doção dos pets.
Os contatos do CCZ são (91) 3227-2088, 3247-3001 e 3344-2350.
Atualmente, o Canil/Gatil está com cerca de 50 cães e gatos, a maioria gatos, aguardando adoção.
Alguns deles ainda estão em fase de preparação, pois todos os animais disponibilizados para adoção na UFRA precisam estar em bom estado de saúde e já castrados.
Os interessados podem ir até o Canil/Gatil, que fica ao lado do Hospital Veterinário da UFRA - Travessa Perimetral, 2501, bairro Terra Firme - de segunda a sexta, das 08h às 12h e das 14h às 17h, levando um documento de identidade e um comprovante de residência.
Durante o processo de adoção, os profissionais da UFRA também fornecem orientações ao novo proprietário.
O Projeto Peludinhos da UFPA tem como objetivo dar vida digna aos animais de dentro do Campus e protegê-los dos maus tratos e funciona dentro do espaço da UFPA como grupo de proteção há aproximadamente 20 anos.
Para adotar um animal é necessário levar a cópia da identidade e comprovante de residência.
Após entrevista o candidato à adoção preenche uma ficha e recebe outra com orientações sobre os cuidados com o animal e vários contatos de voluntários do projeto, caso precise de mais orientações. Mais informações podem ser fornecidas pelo (91) 99175-3009 (Whatsapp e chamadas).
A equipe também acompanha para saber da adaptação do animal e da família que o recebe.
O animal só é colocado para adoção após ter seu estado de saúde reestabelecido, visto que a maioria dos animais resgatados são vítimas de maus tratos, acidentes ou estão em estado deplorável após serem abandonados.
Quem tiver interesse em adotar um animal com o Amor de Patas, pode enviar um e-mail para [email protected].
Para concretizar uma adoção, a pessoa passa por um processo de entrevista, onde buscamos conhecer melhor as condições que o animal passará a viver após ganhar uma nova família.
As pessoas que não puderem adotar, mas quiserem ajudar de alguma forma, pode procurar o Amor de Patas para doar ração, remédios, acessórios, material de limpeza, ornais, sacos plásticos, além de apoio financeiro para custear os tratamentos nas clínicas, possíveis exames, medicamentos e também as hospedagens nas clínicas e Pet Shops. Os contatos podem ser feitos via e-mail, Facebook ou Instagram.
De acordo com dados de abril deste ano, o abrigo Au family dispõe cerca de 420 animais para adoção, entre cães e gatos, filhotes e adultos. Animais de todos os portes e pelagem. A maioria deles já são castrados e todos já receberam a vacina anti-rábica. Esses pets foram vítimas de maus-tratos e abandono.
Quem quiser adotar qualquer animal do abrigo Au Family precisa passar por uma entrevista, ser maior de idade, apresentar documentos como RG, CPF e comprovante de residência.
Se aprovado na entrevista, o futuro tutor assina termo de compromisso e responsabilidade para cuidar do animal. Mais informações pelo número (91) 98525-5716 (Whatsapp e chamadas).
Reportagem: Ana Paula Azevedo
Artes: Demax Silva
Coordenação: Diana Verbicaro
Coordenação Geral: César Modesto
(DOL)
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