Criadores de abelhas sem ferrão de todo país estão mais próximos da regularização de suas atividades. Em resposta a demandas de criadores e cientistas, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), do Ministério do Meio Ambiente, realizou reunião, em Brasília, e decidiu pela revisão da resolução que regulamentava a atividade. Entre as mudanças propostas está a unificação e simplificação dos procedimentos de registro e operação dos meliponicultores em território nacional.

O pesquisador Cristiano Menezes, da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, foi um dos propositores das mudanças e esteve em Brasília como um dos convidados do Conama, para a revisão da resolução nº 346 de 16 de agosto de 2004, que até então regulava a criação desses polinizadores.

LEGALIZAÇÃO

Segundo Cristiano, a nova resolução vai estimular a legalidade dos criadores em todo país. O cientista, que dedica seu trabalho a tornar a meliponicultura uma atividade economicamente rentável e alternativa de renda aos produtores, explica que é difícil afirmar com certeza, mas estima-se que existam mais 100 mil criadores no Brasil e por conta da burocracia da antiga resolução era praticamente impossível o registro e a regularização. “As regras eram as mesmas para a criação de animais silvestres, com inscrição nacional junto ao Ibama e isso impedia a legalização dos meliponicultores”, comenta.

O Conama acatou as propostas feitas por criadores e cientistas e decidiu que a implantação de meliponários, que são coleções de colmeias de abelhas sem ferrão, assim como a utilização de abelhas silvestres nativas sem ferrão, serão regidas por uma nova resolução, que será promulgada nos próximos meses. “Na legalidade, os meliponicultores terão todos os direitos garantidos, com isso, facilitando acesso a crédito e aos selos para comercialização de seus produtos”, avalia o pesquisador.

A importância das abelhas

A criação de abelhas sem ferrão tem enorme potencial produtivo, como geradora de renda para agricultores de todos os níveis. Além da comercialização de mel, pólen e das próprias colmeias, pesquisadores descobriram um importante função agregadora de renda, mas pelo trabalho de polinização prestado pelas abelhas ao meio ambiente. Na Amazônia o cupuaçu, taperebá, castanha-do-brasil, urucum, rambotã e o açaí, importantes culturas agrícolas e extrativistas, são polinizadas por abelhas.

(Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS