Na manhã de sábado (6), peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Marabá realizaram perícia em dois veículos da Fazenda Serra Norte, na Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (Deca). O resultado irá auxiliar na investigação da morte do trabalhador rural Edvaldo Soares Costa, assassinado na última quinta-feira (4) depois de uma troca de tiros entre trabalhadores rurais e seguranças de uma fazenda em Eldorado do Carajás, no sudeste paraense. Em apenas uma semana, sete pessoas ligadas aos movimentos rurais foram mortas segundo a Pastoral da Terra. Também na sexta-feira, foi assassinada com seis tiros Kátia Martins de Souza em Castanhal, nordeste do Pará, onde era líder de um acampamento de sem-terra. A agricultora estaria sendo ameaçada de morte, diz a pastoral.
Segundo o perito do IML, Augusto Andrade, testemunhas disseram que o corpo de Edvaldo foi carregado dentro de um veículo branco com carroceria. “Dois veículos vieram para cá ontem a noite, fizemos a perícia inicial com luminol na carroceria dos veículos e detectamos sangue”, afirmou o perito.
O crime ocorreu nesta quinta-feira (4) por volta das 17 horas, na área da Fazenda Serra Norte. De acordo com a Polícia Civil, Edvaldo estava na companhia de outros quatro integrantes do acampamento, construindo novos barracos numa área dos fundos da estância, quando foram surpreendidos por três homens armados a serviço da fazenda.
DEDOS CORTADOS
No momento dos disparos eles correram, mas Edvaldo foi atingido enquanto os outros conseguiram escapar. O corpo de Edvaldo só foi encontrado na manhã do dia seguinte, na estrada da Pedra furada, a cerca de 300 metros da PA-175, sentido Curionópolis. “O corpo da vítima apresentava sinais de tiros e também de tortura. Olhos perfurados, dedos das mãos cortadas e mãos amarradas”, afirmou a assessoria da Polícia Civil, em Belém.
Outros dois trabalhadores que estavam com Edvaldo, identificados como Dário e Antônio, foram atingidos, mas não correm risco de morte. O terceiro, Marcus, não foi atingido e o quarto homem, de alcunha Barrão, ainda não foi localizado.
Ainda segundo a Polícia, Dário, Antônio e Marcus irão prestar depoimento. A Polícia Civil tem 30 dias para concluir a investigação e identificar os responsáveis pela autoria do crime.
(Jéssika Ribeiro/Diário do Pará)
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