Metade das famílias do Pará, quase 4 milhões de pessoas, vive com o salário mínimo de R$ 937 e não consegue com ele comprar nem a cesta básica de alimentação, que hoje no Estado fica em R$ 1.208,28, de acordo com pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese). “O Dieese leva em conta o custo da cesta básica para uma família padrão paraense, composta por dois adultos e duas crianças. Ou seja, o trabalhador que vive com salário mínimo no Pará não consegue ganhar nem para comprar a alimentação essencial para sobrevivência de família”, diz Roberto Sena, coordenador do Dieese.

O valor individual da cesta básica em maio ficou em R$ 402,76. Este número é multiplicado por 3, de acordo com a metodologia usada nacionalmente pelo Dieese. Chega-se então a R$ 1208,38, ou seja, R$ 271,28 a mais do valor do salário mínimo. Com isso a cesta de Belém no mês de maio ficou como a nona mais cara do Brasil. No mês passado, a cesta básica de alimentos comercializada em Belém teve uma alta de 1,17% em relação ao mês de abril. 

Em janeiro de 2016, o Dieese mudou a metodologia da Pesquisa da Cesta Básica e também passou a realizar o levantamento do preço do conjunto básico de bens alimentícios em todas as capitais brasileiras. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, em maio, 16 capitais apresentaram quedas e 11, aumentos de preços, entre elas Belém.

Tomate e feijão são os vilões da cesta 

O balanço do Dieese sobre a variação de preços da cesta básica em Belém mostra que a maioria dos produtos apresentou altas de preços, com destaque para o tomate, com reajuste de 9,07%, seguido do feijão, com alta de 8,52%, e da manteiga, com reajuste de 4,13%. Também no mês passado (mai/2017), alguns produtos tiveram recuos de preço. Os mais significativos foram: óleo de soja, com queda de 6,71%, seguido da banana, com queda de 3%, e do pão, com queda de 2,46%.

(Mauro Neto/Diário do Pará)

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