Ela chega com a mudança de clima, ou mesmo quando o nosso corpo está desprotegido. De fato, a pneumonia é uma doença oportunista e surge quando encontra baixa imunidade. Ambiente e situação propícios para que as bactérias, vírus e fungos se instalem nos pulmões. Essa infecção respiratória é a mais grave de todas e, mesmo diante do avanço da medicina com a imunização, ainda é a 3ª doença que mais mata no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Os dados mais atualizados são de 2014 e revelam que, naquele ano, o mal fez 70,9 mil vítimas fatais, no País.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que, a cada ano, morrem 1,6 milhão de pessoas no planeta com pneumonia. No Pará, a situação também é alarmante. Levantamento da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa) mostra que, em 2015, a doença matou 1.938 pessoas no Estado, sendo 704 só na capital. O número de internações também foi alto no mesmo período – quase 24,5 mil, sendo 3.385 em Belém. Os dados de 2016 ainda não estão fechados.
RECOMENDAÇÕES
Diante disso, o recomendável é permanecer sempre atento a qualquer reação alérgica ou doença respiratória. Em especial, quem já sofre com problemas nas vias áreas. A pneumonia tem como seu principal desafio o estilo de vida das pessoas ou a falta de recursos financeiros, quando se carece de uma boa alimentação. Apesar da baixa imunidade ser associada ao mal, a pneumonia pode se configurar mais grave em fumantes, asmáticos e pessoas com menos de 5 anos e acima de 60, além dos desnutridos.
NÚMEROS
- A cada ano, morrem 1,6 milhão de pessoas com pneumonia no mundo.
- Em 2015, quase 24,5 mil pessoas foram internadas com a doença, no Estado. Destes, 3.385 apenas em Belém.
- 1.938 pessoas, no Pará, morreram do mal em 2015; 704 em Belém.
- Os 5 municípios do Pará com mais casos do mal são Belém, Bragança, Itaituba, Santarém e Castanhal, nessa ordem
IMUNIZAÇÃO
FORMA EFICAZ DE COMBATER A PNEUMONIA
- Segundo o Ministério da Saúde, há um impacto significativo das vacinas contra a gripe e antipneumocócica na redução de internações por pneumonia nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).
VACINA ANTIPNEUMOCÓCICA
QUEM DEVE TOMAR?
- Crianças de até 2 anos e idosos (a partir de 60 anos), principalmente residentes em asilos ou casas de apoio.
- E mais: indígenas, profissionais da saúde, gestantes, pessoas com anemia, deficiência de imunoglobulinas; neoplasias malignas; AIDS; doenças pulmonares enfisema, bronquite; insuficiência cardíaca, renal ou hepática, diabetes e dependentes de álcool.
COMO ELA AGE?
-Reduzindo risco de infecções graves causadas pelo Streptococcus pneumoniae, o Pneumococo. A aplicação da vacina é feita por injeção intramuscular ou na parte superior do braço, em dose única. É preciso uma dose de reforço 5 anos após a primeira aplicação.
- A vacina está disponível em Unidades Básicas de Saúde, nos hospitais Santa Casa e Ophir Loyola, em Belém, além de clínicas de vacinação particulares. A imunização contra a gripe pode ser tomada na durante a campanha nacional, até sexta-feira (9), por pessoas de qualquer idade. Não esqueça a caderneta de vacinação.
Pneumologista Marília Silva Pinheiro (Foto: Maycon Nunes)
DOENÇA TEM TRATAMENTO E PODE SER EVITADA
A pneumonia tem tratamento e pode ser evitada. O ideal é que todos se imunizem com a vacinação. Mas é imprescindível que os idosos tomem a vacina anual contra a gripe, para que essa doença não evolua à pneumonia. Essas são as orientações da pneumologista Marília Silva Pinheiro, diretora científica da Sociedade Paraense de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e professora universitária.
O que é pneumonia?
É um processo inflamatório que ocorre nos pulmões. Ele é ocasionado pela ação de agentes infecciosos. Dentre as infecções respiratórias, a pneumonia é a mais grave, porque a infecção localiza-se no tecido pulmonar, local onde ocorre a oxigenação do sangue, ficando, portanto, comprometida estas trocas gasosas.
Como prevenir?
Através da vacina antigripal, que deve ser tomada anualmente, e da vacina antipneumocócica (a da pneumonia). Os tabagistas, etilistas ou desnutridos apresentam comprometimento em sua imunidade, por isso, são mais vulneráveis. Outro fator de risco são os dentes em mau estado de conservação, com cáries e gengivites. Estes locais que servem de proliferação bacteriana, com risco de elas serem aspiradas aos pulmões, ocasionando pneumonia. Tais fatores são todos evitáveis.
Quais fatores regionais desencadeiam o mal?
Não existem. Em qualquer região, nos períodos de constantes chuvas e/ou de baixas temperaturas, ocorrem mais infecções virais, inclusive a gripe, que pode evoluir para pneumonia viral ou mesmo facilitar o surgimento de pneumonia bacteriana.
Quais são os tratamentos?
Os antibióticos para combater os agentes causadores de origem bacteriana. Sendo ocasionada por vírus, utiliza-se antiviral como o Oseltamivir. O paciente deverá manter boa alimentação, hidratação correta e repouso, devendo cessar tabagismo e o uso de álcool.
Como detectar a doença?
Surgem os sintomas de doença respiratória, como tosse com expectoração amarelada a esverdeada, febre, dor no peito e falta de ar.
Existe algum sintoma exclusivo que caracterize o mal?
Nenhum sintoma isolado é exclusivo da pneumonia, mas os sinais juntos, podem ocasionar a doença. Não é obrigatória a presença de todos os sintomas associados.
(Roberta Paraense/Diário do Pará)
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