Lama, poças e buracos é cena comum para os moradores da 7ª Rua, também conhecida como 2 de Dezembro, em Icoaraci, distrito de Belém. Completamente abandonada pelo poder público.

O eletrotécnico Carlos Gomes, 45, diz que há 28 anos mora na rua em que o trecho mais danificado fica entre as travessas Berredos e da Soledade, perímetro em que mora. “A 7ª e a 6ª ruas são as únicas do centro de Icoaraci que não são asfaltadas, e a 7ª é a que está em pior estado”, critica. Ele diz que acesso de carros pela via é complicado. “Não adianta nem lavar o carro com muita frequência porque no outro dia suja tudo de novo”, reclama. 

ATERRO

O comerciante Mário Lopes, 62, por exemplo, teve as vendas de sua mercearia impactadas por causa do estado da rua. “Eu tô quebrado porque qual o cliente que vai querer vir aqui no meio da lama? Nem eu viria”, conta indignado. Ele já trabalha ali há 35 anos e diz que em todo esse tempo nenhum governo tentou melhorar a vida dos moradores. “É revoltante, eu pago imposto, pago tudo, mas ninguém olha pra gente”, acrescenta.

Pouco antes da loja do senhor Lopes, ainda na 7ª Rua, há um ponto de abastecimento de gás de cozinha que também enfrenta as complicações da rua lamacenta. O motorista do estabelecimento, Thiago Nascimento, 48, conta que foi preciso eles mesmos aterrarem o trecho para que o caminhão de carregamento pudesse entrar. “A gente teve de dar o nosso jeito, o caminhão não passava”, relata.

Outra moradora que não aguenta mais a situação é a manicure Ieda Araújo, 41. Ela tem um filho cadeirante e toda vez que ele precisa sair para ir às sessões de fisioterapia eles enfrentam uma grande dificuldade. “É complicado. Não tem nem calçada nessa rua, o povo tem de andar no meio da lama”, comenta. Quando chove, ela garante que fica insuportável. “Fica impossível sair de casa. Alaga tudo, um verdadeiro rio”, diz.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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