O deputado paraense Wladimir Costa (SD-PA), que se tornou piada no Brasil inteiro após fazer uma tatuagem com o nome de Michel Temer e trocar mensagens impróprias durante votação importante na Câmara, esteve presente na noite da última terça-feira (1/8), em um jantar que reunia deputados, e mais uma vez fez das “suas”.
Alguns jornalistas presentes questionaram se a tatuagem era de verdade ou feita de henna. A repórter Basília Rodrigues, da CBN, estava presente e pediu ao deputado que mostrasse a arte novamente. Como resposta, escutou uma frase machista, misógina e antiética: “‘Pra você, só se for o corpo inteiro.”
Em depoimento no Facebook, a profissional relatou o caso. “Penso, em que momento eu dei a minha testa pra esse deputado tatuar ‘idiota’? Ou mais: ‘mulher idiota’. Havia outros deputados, jornalistas e até câmeras de TV focados nele. Mas nada disso ‘evitou’ uma gracinha ou uma ‘desgracinha’ machista. Parlamentares constrangidos vieram me pedir desculpas pelo comportamento do nobre colega.”
Determinada a conseguir uma resposta sobre a veracidade da tatuagem, a repórter seguiu atrás do político:
“‘Deputado, se o senhor puder ter um pouquinho mais de respeito por eu ser uma repórter e mulher. O senhor falou que não é de henna, agora a gente quer mostrar.’ Wladimir Costa diz: ‘Eu tenho várias tatuagens no corpo inteiro, amor’. Huum, que fofo. Insisto: ‘O senhor não quer mostrar?’ Ele, já distante de mim, levanta o dedo rindo, coloca na altura da própria boca e fala sem voz, só mexendo os lábios: ‘Não’. Eu repito: ‘Então é porque é de henna…’, ele balança a cabeça concordando e sai rindo”, continua a jornalista.
Várias entidades já se posicionaram em apoio à repórter. O Sindicato dos Jornalistas soltou uma nota (abaixo) repudiando a ação do deputado e lembrando que as mulheres jornalistas já sofrem diariamente com preconceito e machismo.
“Mesmo diante de um período questionável, do ponto de vista dos direitos e representações, faz-se necessário que situações como esta sejam expostas e veementemente combatidas. O teatro criado tendo personagens políticos bizarros como protagonistas não podem ultrapassar os limites mínimos para uma relação respeitosa, entre políticos e profissionais da imprensa.
As mulheres jornalistas, em especial as negras, já estão submetidas a uma série de desigualdade e violências, dentro e fora das redações, que demandam de toda a sociedade atenção redobrada, ainda mais quando se trata de uma cobertura política de interesse público. Solidarizamo-nos à jornalista, que tem uma atuação destacada na cobertura política em Brasília, e nos colocamos à disposição para dar suporte jurídico, caso ela assim o queira.”
Veja o depoimento da jornalista na íntegra:
(Com informações de Metrópoles)
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