Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de 2014 a 2016, foram registrados 1.917 acidentes na rodovia BR-316, do km 0 ao km 20, este último no município de Benevides. A maioria das ocorrências aconteceu no km 8, em Ananindeua. Um dos acidentes foi registrado na manhã de anteontem (21), quando o condutor de um veículo de passeio perdeu o controle do carro e capotou. 

Segundo o inspetor da PRF, Adriano Ferreira, o km 8 é um dos pontos críticos da rodovia. Os casos mais comuns, segundo ele, são os atropelamentos e acidentes envolvendo motociclistas. Muitas ocorrências poderiam ser evitadas. O inspetor ressaltou que o respeito e a atenção são questões que os condutores devem seguir. “Apesar de a BR-316 ser uma rodovia federal, é um trecho urbano que mais parece uma avenida. Então, o condutor deve ter atenção, acima de tudo, aliado ao respeito. Motoristas, motociclistas e ciclistas, todos juntos, devem cuidar do pedestre”, disse.

No km 8, o DIÁRIO flagrou pedestres atravessando a rodovia em meio ao grande fluxo de automóveis. Uma mulher ignorou a existência de uma passarela ali perto e atravessou os 2 sentidos da pista para entrar em um ônibus. Próximo dali, o entregador Marinaldo Carvalho tentou justificar a escolha perigosa. “Estou atrás de um endereço. Já andei pra lá e pra cá e agora atravessei para continuar procurando. Às vezes, atravesso assim mesmo, quando não conheço o endereço. Arrisco para não perder muito tempo, mas sei que não é certo”, contou. 

RECLAMAÇÃO

A autônoma Josilene de Lira contou que faz o mesmo trajeto de travessia da rodovia no km 5, em frente a um hospital particular, há cerca de 7 anos. Segurando as mãos da filha, ainda criança, esperava na beira da pista a melhor hora para atravessar. “A passarela mais próxima daqui é passando o viaduto. Então, não dá para ir andando até lá. Sempre dá medo de atravessar aqui, dessa forma, mas não tem outra forma. Se tivesse uma passarela aqui, ajudaria bastante”, disse. A autônoma levou alguns minutos para conseguir atravessar e ainda disputava espaço com os veículos queinvadiam a calçada.

Quem não abre mão de atravessar nas passarelas se depara com outros problemas: lixo acumulado, problemas estruturais e a insegurança. Para a pedagoga Gabrielle Pombo, a travessia durante a noite é arriscada, principalmente para as mulheres. “O estado das passarelas de Belém e Ananindeua é deste jeito. Além do lixo espalhado, temos de lidar com a insegurança, porque à noite só podemos passar por aqui acompanhadas”, comentou. 

A autônoma Laura Cristina também sente receio de utilizar a passarela com frequência. Ela contou que costuma atravessar as pistas da rodovia, mas optou pela passarela por causa da companhia do filho. “De qualquer forma é um risco. Ou você atravessa por baixo e corre o risco de ser atropelado ou você atravessa por cima e é assaltado,”

DADOS

De 2014 a 2016 foram registrados 1.917 acidentes, que resultaram em 26 mortes e 183 acidentes considerados graves do km 0 ao km 20. O km 8 é onde houve o maior número de ocorrências. Foram 297 acidentes, com 7 mortes e 31 acidentes graves. 

Fonte: Polícia Rodoviária Federal

(Emily Beckman/Diário do Pará)

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