Peritos criminais, médicos legistas e auxiliares de perícia criminal do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves farão uma paralisação de 24 horas a partir das 19h de amanhã (27), interrompendo as atividades do setor em todo o Estado. O anúncio foi feito na tarde de ontem, durante uma manifestação da categoria, realizada em frente à sede da Divisão de Homicídios, em Belém.

O ato teve como objetivo chamar a atenção do poder público, bem como mostrar à sociedade em geral as dificuldades que os profissionais enfrentam no exercício da função. Os manifestantes interditaram parte da avenida Magalhães Barata, em São Brás, onde simularam o trabalho da perícia.

Segundo o perito criminal Ériko Nery, membro da organização da manifestação, a insatisfação maior se dá por causa da defasagem salarial dos peritos criminais. A categoria não recebe reajuste no salário-base há 5 anos, conforme explicou Nery. O salário-base pago hoje é de R$ 1.300, enquanto o piso nacional é em torno de R$ 1.900. Além disso, a categoria reivindica o ajuste em 100% das gratificações por perícia jurídica e risco de vida. E pleiteiam ainda a incorporação do abono salarial de R$ 320 ao salário-base.

NEGOCIAÇÃO

“Tem cinco anos que tentamos negociar com o Governo, mas sem avanços”, critica o perito. Outro ponto da pauta da categoria é a necessidade de provimento de mais 350 profissionais, entre peritos e médicos legistas e 150 auxiliares de perícia, já que o quantitativo disponível hoje para atender a todo o Estado é insuficiente. Nery acrescenta que a legislação do CPC Renato Chaves está defasada e precisa ser regularizada para que seja possível oferecer melhores condições de trabalho à categoria e plano de carreira. Ele diz ainda que faltam peritos nos seis núcleos avançados do Renato Chaves no interior, o que dificulta o trabalho e o deslocamento de profissionais para essas áreas.

Já o médico legista Jonas Viana, que atua há 7 anos na área, afirma que a maior dificuldade dos profissionais desse setor é o número de perícias que é muito expressivo, devido à grande quantidade de homicídios no Estado, em detrimento do número insuficiente de profissionais para atuar. 

PARALISAÇÃO

Quarta-feira (27), às 19h, paralisação de 24 horas. Categoria irá para a frente ao Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves.

Quase todos os exames serão suspensos, exceto sexológicos. Serviços de local de crime só serão feitos se tiverem todas as reivindicações atendidas.

O serviço de necropsia será suspenso.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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