Antes de colocar o produto no carrinho, o olhar percorre lentamente as prateleiras do supermercado em busca do melhor preço. Diante dos itens de primeira necessidade, o simples hábito de pesquisar os valores ou comparar as marcas pode fazer a diferença na hora de passar no caixa. Pesquisa realizada pelo instituto Proteste aponta que a mudança de hábitos de compra do consumidor pode levar a uma economia de quase R$3 mil por ano nas compras de supermercado. 

Para chegar a este resultado, o Proteste – associação de defesa dos direitos do consumidor – coletou dados em mais de 1.300 pontos de venda, dentre hipermercados, supermercados e redes de atacado. No total, 250 mil preços foram levantados em estabelecimentos de diversos Estados, incluindo o Pará. Especificamente na capital paraense, a análise dos dados concluiu que a diferença nos preços de um único produto pode variar até 164%. 

Segundo a pesquisa, o consumidor pode poupar até R$82,90 por mês em Belém. Tal valor, no período de um ano, pode representar uma redução de até R$994,87 nos custos. O levantamento teve como base o custo total para a aquisição de duas cestas definidas de produtos, de acordo com dois perfis diferentes de consumo. 

A economia de até R$994,87 se refere à diferença encontrada na comparação da cesta de produtos de marcas líderes de venda comercializados em um supermercado atacadão localizado na avenida Augusto Montenegro e em outro supermercado localizado na avenida Pedro Miranda. 

Já com relação à cesta com itens mais baratos do mercado, a economia chegou a R$967,40 ao ano, comparando os preços de um supermercado atacarejo localizado na avenida Augusto Montenegro e outro localizado na avenida Nazaré. 

Seguindo a mesma lógica, o DIÁRIO foi em 4 grandes supermercados de Belém, na manhã da última segunda-feira (16), para listar uma cesta básica com 12 itens. Em cada estabelecimento foram coletados os preços mais baratos e os mais caros de cada item, de acordo com as variações das marcas. Ao final da coleta dos dados, percebeu-se que a variação nos preços pode ser grande não apenas entre supermercados diferentes, mas também entre os produtos encontrados em um mesmo estabelecimento. (Ver box abaixo)

PLANEJAMENTO

A educadora financeira Cleonilda Damasceno aponta que a melhor saída é planejar os gastos. Segundo ela, quando se começa a repensar as relações de consumo, se percebe que as mudanças estão muito ligadas ao comportamento do próprio consumidor. “Quando a pessoa começa a raciocinar sobre o verdadeiro motivo de ela estar consumindo, ela começa a ter um freio com relação ao que deve consumir”. 

Dentre as orientações da especialista está a de ir até o supermercado com uma lista dos produtos que realmente precisa e não fugir do que foi programado. A identificação da quantidade necessária para o consumo também é importante, já que evita o desperdício não apenas de dinheiro, como também do próprio alimento. A comparação entre as marcas também pode fazer a diferença. “A economia pode ser de centavos, mas ela faz a diferença no preço total da fatura”, destaca a especialista.

É exatamente com esse pensamento que a operadora de rádio Fátima Jardim, 51 anos, planeja as compras. Ela aponta que costuma atentar para as variações nos centavos antes de colocar o produto no carrinho. “Em um dia o preço e um e no outro já aumentou, então eu presto bastante atenção a esses centavos”. Para tentar reduzir os custos, ela conta, ainda, que costuma variar não apenas as marcas, como também substituir alguns alimentos.

5 DICAS PARA FAZER SUAS COMPRAS

Faça a sua lista e seja fiel ao que se propôs a comprar

Evite ir ao supermercado com fome

Não passe muito tempo entre uma compra e outra, para não acabar levando produtos sem necessidade

Vá às compras com uma calculadora para somar tudo de acordo com o limite já estabelecido pelo orçamento

Pesquise os preços em estabelecimentos longe e perto de sua residência.
Fonte: Instituto Proteste.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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