Faltando uma semana para o Dia dos Finados, no próximo dia 2 de novembro, o Cemitério Santa Izabel sofre problemas sérios de infraestrutura e manutenção. Mato e lixo cobrem boa parte das alas mais distantes e, sem segurança e vigilância, túmulos estão em sua maioria vandalizados e depredados, na maior necrópole da capital, localizada no bairro do Guamá. 

Se não bastasse, visitantes e trabalhadores reclamam da insegurança. “Eu fiquei chocada quando recebi a foto do meu sobrinho mostrando o estado em que estava o túmulo da nossa família”, conta Carmem Silva, 62 anos, professora. 

Quando foi visitar a tumba de mármore onde estão enterrados seus pais, um irmão e duas irmãs, ela encontrou a tampa toda quebrada e os acessórios todos faltando. “Já tinham roubado os objetos antes, as argolas de bronze, o cristo, mas ele nunca tinha sido quebrado, eu não sei o que aconteceu. É revoltante”, critica. “Não tem segurança e ninguém toma uma providência. A gente sai no prejuízo porque fica nesse quebra conserta, quebra conserta”, continua.

Antônio Sanchez, 58, que é carreteiro do lugar já faz 40 anos, também denuncia o abandono em que vive a necrópole. “Aqui não tem nada, não tem guarda, não tem manutenção, nada. Eles entram aqui quando querem, quebram tudo e nada é feito”, relata. Ele diz que é arriscado até para os trabalhadores, que ficam com medo de andar pelo terreno sozinhos em determinados horários. “Tá um a imundície, olha só isso. E faltam só 8 dias para o Finados e ninguém ainda não fez nada”, acrescenta Jorge Teles, 49, zelador.

Em nota, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seubr) garante que os três cemitérios sob sua administração já começaram a receber mutirões de limpeza. Garantiu ainda que a Guarda Municipal faz rondas periódicas no Santa Izabel durante o dia e conta com um sistema de vídeo 24h por dia.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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