O sargento e vereador Silvano Oliveira (PSD) causou polêmica mais uma vez, ao publicar um vídeo falando sobre a discussão de gênero na educação do Pará. O vereador teve um requerimento, contra o que chama de "ideologia de gênero", recusado em votação na Câmara Municipal de Belém nesta terça-feira (21).  

Na gravação, o parlamentar explica que entrou com o requerimento – recusado pela maioria dos vereadores, pedindo o fim da “ideologia de gênero”. Mostrando-se bastante chateado com os colegas que reprovaram seu requerimento, o sargento ainda tenta explicar o que é a ‘ideologia de gênero”.

“Essa ideologia são algumas pessoas dentro da educação que querem ensinar os meninos a virarem meninas, e as meninas a virarem meninos”, tenta explicar Silvano.

“NÃO É IDEOLOGIA, É IDENTIDADE”

O debate sobre os objetivos da discussão sobre sexualidade nas escolas é uma pauta nacional e vem gerando controvérsias em todo país. De um lado, os defensores deste tipo de programa acreditam que haverá uma diminuição da intolerância e do preconceito a partir do conhecimento, do outro, políticos e alguns religiosos dizem que o objetivo é mudar a orientação sexual dos estudantes.

O movimento LGBT de Belém se manifestou após a publicação do vídeo. Questionado pela reportagem, Rafael Ventimiglia, um dos coordenadores do movimento, citou as dificuldades que o movimento enfrenta após publicações como a do sargento.

“Declarações equivocadas como a do vereador causam muitos problemas na sociedade, pois ao invés de esclarecerem, confundem ainda mais a população. Não existe ideologia de gênero, mas sim uma identidade que a pessoa constrói socialmente ao longo de sua vida, e é essa informação que queremos debater como sociedade. Não existe a mínima possibilidade de se alterar a identificação de gênero de uma pessoa como ele fala no vídeo, não seria logo a escola que tentaria isso”, explica o coordenador.

Perguntado sobre a introdução de temas como este nas escolas, Rafael acredita, ao contrário do vereador, que o conhecimento fará o respeito pelo próximo aumentar. “Queremos que as crianças e os jovens tenham acesso a esse conhecimento sobre diversidade sexual, para que passem a ter um olhar de respeito e igualdade sobe o outro colega, independente do gênero. A luta do movimento e de vários setores da educação é essa, para que todos tenham acesso a essa informação democrática”, pontua.

(DOL)

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