Depois de três dias, a reintegração de posse das Fazendas Cedro e Fortaleza, no sudeste do estado, foi finalizada no final da tarde da última quarta-feira (29).

Apesar do MST ter confirmado que grande parte das famílias se organizaram pra sair da área denominada fazenda Cedro de forma pacífica, em ainda há dúvida sobre a procedência da terra. No entanto, a área que supostamente é a fazenda Fortaleza, ainda depende do resultado do georeferenciamento do Instituto Nacional Colonização e Reforma Agrária (Incra), que iniciou na segunda. Além dos técnicos do Incra, o trabalho será acompanhado por um perito do Instituto de perícias Renato Chaves e dois professores da Unifesspa.

A fazenda Cedro, que mede oito mil hectares, foi ocupada em novembro de 2008. Já a Fortaleza, em fevereiro de 2009. Os terrenos fazem parte do grupo Agropecuário Santa Bárbara. Denominada como acampamento Helenira Rezende, o terreno da fazenda Cedro está ocupado por cerca de 140 famílias. A Fortaleza segue ocupada por 110 famílias.

Além do acampamento Helenira Rezende, outros dois territórios com famílias do MST no Sul e no Sudeste do Pará estão sob ameaça de despejo até o fim de 2017.

O acampamento Helenira Rezende é marcado pela produção agrícola e ecológica. As famílias produzem cerca de 1,5 mil litros de leite por dia, além de possuir uma plantação de 10 mil pés de bananas e mais de 40 hectares de mandioca. As produções garantem a alimentação das famílias e também são comercializadas.

A operação

Expedida pelo Juiz da 3 Região Agrária de Marabá, Amarildo José Mazutti, a operação de reintegração iniciou na segunda-feira, 27, e contou com a participação de 100 policiais militares do Comando de Missões Especiais, militares do Comando de Policiamento Regional II e reforço do Grupamento Tático Operacional dos municípios de Marabá e Parauapebas.

Teve também a parceria com o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), Corpo de Bombeiros, Centro de Perícias Renato Chaves, Tribunal de Justiça do Estado, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Polícia Civil, via Delegacia de Conflitos Agrários.

As fazendas Cedro e Fortaleza, localizadas às margens da BR-155, em Eldorado dos Carajás, sudeste do Pará, estavam ocupadas por 250 famílias desde 2008. Os terrenos fazem parte do grupo Agropecuário Santa Bárbara.

(DOL)

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