O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Felipe Moura Palha, recebeu hoje (30) as denúncias de truculência lideradas pelo prefeito Dirceu Biancardi (PSDB) que aconteceram na tarde desta última quarta (29) no auditório do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) da Universidade Federal do Pará (Ufpa).

Pesquisadores, ativistas e moradores da região da Volta Grande do Xingu, relataram que o evento acadêmico foi interrompido antes mesmo de começar após a chegada do prefeito e mais um grupo de 40 pessoas.

Naquela tarde, a reunião iria apresentar os resultados das pesquisas, iniciadas em julho deste ano, sobre os problemas causados pelas atividades de Belo Monte e da Belo Sun. Na ocasião, porém, foi denunciado que o prefeito teria invadido o local e agido com truculência, além de impedir a fala de pesquisadores, professores e estudantes que estavam reunidos.

INVESTIGAÇÃO - O MPF abriu procedimento de investigação para apurar as denúncias ocorridas na UFPA e para garantir a segurança de qualquer pessoa presente que, eventualmente, tenha se sentido ameaçada.

PROCESSOS - Segundo o órgão também, a mineradora Belo Sun e a Secretaria Estadual de Meio ambiente e Sustentabilidade carregam dois processos judiciais por conta das irregularidades no licenciamento da mineradora. Motivo pelo qual a licença da instalação ter sido suspensa por ordem do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

PRONUNCIAMENTOS

Em nota, a prefeitura do município informou que Dirceu Biancardi "em nenhum momento capitaneou pessoas ou baderneiros em ações de cárcere", que foi ao evento "apenas para defender a posição e olhar do município em relação ao tema tratado" e que "repudia quaisquer manobra nas informações que crie atmosfera de arruaça em instituição federal".

A prefeitura ainda afirma que Dirceu esteve presente no seminário "a convite dos moradores e lá o gestor municipal desenvolveu meramente o papel de defender os interesses da população porfiriense" e "levantou questionamentos importantes sobre investimentos e o futuro das comunidades entorno do projeto".

A reitoria da Universidade Federal do Pará se manifestou sobre o caso dizendo que repudia qualquer tipo de agressão que impossibilitem de exercer a liberdade de expressão e defende que nesse ambiente é imprescindível manifestar as ideias e posições sobre os fatos de qualquer natureza. Veja abaixo a nota na íntegra:

(Fernanda Palheta/DOL)

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