Com uma estrutura antiga e visivelmente deteriorada, a travessia pela passarela situada na rodovia BR-316, em Ananindeua, próximo à sede da prefeitura, preocupa os pedestres que costumam utilizar o espaço. Ao caminhar pelo local, é possível sentir a passarela balançar, o que assusta quem precisa transitar por ali. A estrutura de ferro está deteriorada, enferrujada e com partes quebradas, há fiação exposta, além da sujeira acumulada por toda a extensão da passarela. Existe ainda uma abertura no canto interno da passarela, de onde é possível observar a pista da rodovia, oferecendo riscos de acidentes no local, sobretudo a crianças e idosos. Com luminárias quebradas, principalmente no período noturno, a iluminação é precária. “Trabalho aqui há 10 anos e nunca teve manutenção. As condições são péssimas”, critica o vendedor ambulante Paulo Pereira, 50 anos. Moradora de Ananindeua, a estudante Jamille Aleixo, 18 anos, vez ou outra, precisa atravessar a BR utilizando a passarela, mas confessa que sente medo. “A estrutura é toda velha. Não só dessa, mas de todas as passarelas da rodovia. Deveria receber pelo menos manutenção”, diz. MAIS RISCO Situada no quilômetro 3 da rodovia BR-316, em frente a uma universidade, outra passarela que foi temporariamente interditada após o desabamento de parte da estrutura metálica permanece sendo segurada por um guindaste de 100 toneladas. De acordo com nota da Secretaria Estadual de Transportes (Setran), foi uma estratégia para “garantir estabilidade à estrutura”. A Setran informou que uma passarela nova será instalada no local em 60 dias. Contudo, para quem utiliza o espaço, o medo de que outras partes desabem ainda existe. “Já era para estar interditada. Está cheia de rachaduras”, disse a vendedora ambulante Edriele Silva, 23. PROBLEMA ANTIGO Vale ressaltar que, em junho de 2016, atendendo a uma requisição do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), o 3ª Grupamento Bombeiro Militar (GBM) de Ananindeua emitiu parecer técnico referente à situação das passarelas de pedestres da rodovia BR-316 localizadas na área de Ananindeua. No total, foram cinco passarelas inspecionadas, sendo quatro delas classificadas com situação “ruim” e uma em situação “razoável”. A análise identificou infiltrações na estrutura de concreto armado e a existência de ferragens expostas em quatro das cinco passarelas analisadas. A vistoria técnica concluiu que as passarelas apresentavam “graves problemas estruturais com a necessidade de execução de obras de recuperação”. O QUE DIZ A SECRETARIA DE TRANSPORTES Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Transportes (Setran) declarou que o guindaste de sustentação como medida provisória foi uma alternativa aceita pela Defesa Civil e que “todas as outras passarelas da BR-316 estão em fase de conclusão da análise técnica para que sofram reforma integral”. (Pryscila Soares/Diário do Pará)

MAIS ACESSADAS