Mesmo conservando um ar de cidade pequena, onde os moradores ainda sentam na frente de casa, sabem os nomes dos vizinhos e frequentam as mercearias do bairro, Ananindeua, localizada na Região Metropolitana de Belém, é o segundo município mais populoso do Estado. Sua população estimada é de 516 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE (2017). Hoje, no dia que o município completa 74 anos, é possível constatar que os moradores convivem com os prós e os contras de habitarem uma cidade em franca evolução. 

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A jornalista Ana Moraes, 33 anos, mora próximo à Rodovia do 40 Horas há 26 anos e destaca que tem acompanhado esse crescimento de Ananindeua. “Os conjuntos residenciais no entorno da Avenida Independência deram uma valorizada e conseguiram trazer vários serviços. Nessa área tem asfalto, iluminação pública. A Avenida Hélio Gueiros, por exemplo, foi revitalizada. Na época do prefeito Helder Barbalho foram construídos postos de saúde, escolas. Vi muita coisa, desde quando não tinha nada”, observa. 

Segundo Ana Moraes, a oferta de serviços de todos os tipos também trouxe mais comodidade para quem costumava ter de se deslocar até Belém para ter acesso a eles. “O novo shopping trouxe mais emprego para as pessoas, muitos moradores deixaram o currículo. Tem gente que nem precisa mais sair daqui pra resolver as coisas, dá pra fazer tudo por aqui, apesar de ainda enfrentarmos muitos problemas com o trânsito”, avalia.

SAUDOSISMO 

É com saudade que a professora Maria de Nazaré, 74, mesma idade do município aniversariante, se lembra de quando se mudou de Belém para Ananindeua, há 40 anos. Na cidade ela criou três filhos. “Ainda sento na porta de casa, com um pouco de medo, pois os assaltos são constantes. Mas aqui é bom, tem tudo, todos se conhecem”, diz na calçada da Praça Tancredo Neves, localizada na Cidade Nova IV. 

Espaço Passarela, uma das áreas de lazer de Ananindeua, que precisa de manutenção. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

PRESENTE 

No dia que Ananindeua faz aniversário, o que os moradores pedem de presente é um pouco mais de atenção do poder público, não apenas no trânsito e na segurança pública, como relatado no início desta reportagem, mas com manutenção e, limpeza dos logradouros. 

Entre a avenida Dom Vicente Zico, antiga Arterial 18 e a WE-32, na Cidade Nova 4, foi feito uma área de lazer com uma pequena praça, canteiro e até uma quadra de esporte. Ontem, tudo estava tomado pelo mato. Dona Maria das Graças mora à frente da Escola Estadual Luiz Nunes Direito, a mais antiga do município. Ela conta que esse espaço, chamado de ‘Passarela’, foi feito para homenagear a instituição.

“Eu fui professora daqui. Era apenas uma rua larga, e fizeram a pracinha”, diz. A quadra de esporte só funciona, porque recebe manutenção dos moradores. É o que lembra o professor de educação física Bruno Costa, 32. “Cuidamos para evitar mais violência”, explica. 

O jornaleiro Dorval Miranda, 65, é morador do Jardim Abolição nasceu e foi criado em Ananindeua e conta que não pretende sair do município. “Tenho tudo o que preciso. Até conta na taberna. De Ananindeua vou sair no caixão”, brinca. E, diante dos problemas, ele tem a solução. “O que falta é alguém que nos dê atenção, trabalhe para o povo”, critica.

(Diário do Pará)

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