Há mais de 45 dias sem receber salários, funcionários da obra de prolongamento da avenida João Paulo II paralisaram as atividades no início da tarde de ontem. São cerca de 130 trabalhadores, de diversos cargos, que estão com os pagamentos atrasados e precisam encontrar alternativas para sobreviver. 

Eles estiveram concentrados por volta do meio-dia em frente ao escritório da Camargo Corrêa, na alameda Moça Bonita, no bairro Curió-Utinga, onde funciona a base operacional da empresa responsável pelas obras da João Paulo II. “Além do salário, não estamos recebendo o vale-transporte nem o vale-alimentação, então temos de dar um jeito até mesmo para chegar ao trabalho, pegando carona ou vindo de bicicleta”, contou o pedreiro Lourival Neves, 38, um dos prejudicados pelo atraso do pagamento.

O servente José Medeiros, 54, relatou as dificuldades que passa para sustentar mais três pessoas dentro de casa. “A gente precisa buscar outra fonte de renda, pedir dinheiro emprestado. Queremos uma resposta da empresa para poder honrar o compromisso do trabalho. Nós fazemos a nossa parte, pagando com suor e dedicação, mas a empresa não faz a dela”, apontou.

OUTRO LADO

Os funcionários contratados para trabalhar na obra de prolongamento da avenida João Paulo II são terceirizados da construtora Marcos Bezerra. Segundo o chefe de segurança da Camargo Corrêa, Jaime Pinheiro, o dinheiro do pagamento está sendo repassado a Marcos Bezerra. “A Camargo Corrêa passa o dinheiro no tempo exato para que os funcionários recebam no dia 5 de cada mês, mas a Marcos Bezerra não está repassando”, disse.

O chefe de segurança assegurou, ainda, que a situação seria resolvida a partir das 15h de ontem, quando um representante da Marcos Bezerra ia se reunir com responsáveis da Camargo Corrêa para tentar solucionar o problema.

(Alice Martins Morais)

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