Na manhã seguinte à sangrenta segunda-feira que registrou 13 assassinatos na Grande Belém – incluindo a do 19º Policial Militar morto desde janeiro em todo o Estado –, o secretário de Estado de Segurança Pública, Luiz Fernandes, reuniu outros comandos ligados à pasta para anunciar, em coletiva de imprensa na sede da Delegacia Geral, que houve queda na criminalidade em relação ao primeiro trimestre do ano passado. 

Questionado sobre as circunstâncias das mortes, ele afirmou que as investigações estão em andamento, bem como várias operações policiais de efeito ostensivo desde anteontem. E dessa vez não deu uma resposta direta sobre Belém ser uma cidade segura para se andar nas ruas. “Eu confio nos policiais nossos do Estado, que têm feito grande trabalho. Confio e muito. Tanto que terminam perdendo a sua vida em defesa da sociedade”, respondeu. 

O titular da Segup afirmou que os índices divulgados por ele são fruto de um trabalho bem-sucedido da Segurança Pública e estarão no Portal da Transparência somente no próximo mês. As reduções se referem aos crimes de homicídio doloso (4%), roubo (18%) e furto (11%). Sobre o pedido de intervenção federal feito pelos deputadores estaduais, tanto Fernandes quando o delegado-geral, Cláudio Galeno, não se mostraram contrários à possibilidade – sempre rechaçada pelo governador Simão Jatene (PSDB). “Toda ajuda é possível, mas tenho certeza de que sistema de segurança do Estado tem competência para resolver esses crimes”, declarou o delegado-geral. 

“Eu acho que qualquer coisa que venha a ajudar o Estado vale, nunca houve recusa. Não é que o governador tenha recusado, mas hoje a maneira como se trabalha hoje trata de uma questão nacional”, afirmou Fernandes. Ele fez questão de dar destaque ao fato de que a morte de 16 dos 19 PMs já foi esclarecida pela polícia. Sobre as dez mortes de segunda, ele não respondeu se o ocorrido pode ser considerado uma nova chacina. “Não fugiu do controle de maneira nenhuma. Tivemos 13 mortes na Região Metropolitana de Belém, mas está sob controle. E não é normal, tanto que estamos aqui”, disparou.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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