Quatro policiais militares do 33º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Bragança, nordeste paraense, foram autuados em flagrante delito pela Corregedoria da Polícia Militar, após elementos que apontam indícios de excesso no uso da força policial serem apresentados.

O militares atuaram na perseguição dos nove fugitivos do Centro de Recuperação Regional de Bragança (CRRB), após o início da rebelião naquela unidade prisional, nesta segunda-feira (16).

Segundo a Polícia Militar, após analisar os fatos envolvendo a morte dos cinco apenados, foi verificado “fatos que demonstram desproporcionalidade entre os esforços empregados pela guarnição e a ação dos fugitivos da cadeia pública local”.

Os militares estão custodiados na sede do 33º BPM e nesta terça-feira (17) devem ser submetidos a uma audiência de custódia.

PARALISAÇÃO

Após os militares serem levados pala a sede do batalhão, a categoria protestou. Durante a noite, o clima era de animosidade em frente ao BPM.

“Os policiais estão indignados. Estava de folga durante à tarde e vim dar apoio aos companheiros. A Corregedoria chegou a Bragança e autuou os flagrantes sem ao menos ter feito inquérito. Esperamos que a Justiça possa relaxar essas prisões”, comentou um policial, que estava em frente ao BPM, e que prefere não ser identificado.

De acordo com ele, policiais de Capanema também engrossaram o apoio em frente ao batalhão e a categoria ameaçam paralisar se os policiais não forem liberados.

“Somos reféns de um sistema que transforma policiais em bandidos e bandidos em vítimas”, argumentou.

Por volta das 23h20 ficou decidido que o que seria lavrado flagrante foi transformado em inquérito. Os PMs acusados foram liberados e os fatos serão apurados.

Em nota, a Polícia Militar informou que os quatro policiais custodiados, na sede do 33º Batalhão de Polícia Militar, em Bragança, foram liberados ao final da noite desta segunda-feira. Após terem sido ouvidos os depoimentos dos policiais militares envolvidos nas mortes de cinco fugitivos do sistema penitenciário, restou dúvidas quanto à individualização das condutas desses agentes, que só serão comprovadas após a entrega dos laudos de comparação microbalística, de responsabilidade do Centro de Perícias Científicas. Dessa forma, o procedimento inicial foi convertido em um Inquérito Policial Militar (IPM), que possibilitará um aumento do prazo para entrega do procedimento para anexação de provas periciais com a finalidade de individualizar as condutas.

(Antônio Santos/DOL)

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