Aumentou para 6 o número de mortes suspeitas de raiva humana após contágio no Marajó. Desses, o óbito de uma criança foi confirmado como ocorrido pela doença, segundo o Instituto Evandro Chagas. Além desses, outros 6 casos foram notificados, após contaminação ocorrida por morcegos na localidade de Rio Laguna, cerca de 70 km de distância do município de Melgaço. O último paciente faleceu na tarde de ontem, no Hospital Regional de Breves. Até o momento quatro crianças seguem internadas na Santa Casa de Misericórdia, em Belém, e mais dois no Hospital Regional de Breves, sendo um adulto, a maioria em estado considerado grave. Coletas sorológicas foram realizadas em todos os pacientes que foram internados, inclusive os que morreram, as quais a Sespa já encaminhou para o Instituto Pasteur, em São Paulo, referência no diagnóstico de raiva. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), as ações se concentram em Rio Laguna, onde residem aproximadamente 1.000 pessoas na comunidade. Até o momento já foram vacinadas 500 pessoas e entregues mosquiteiros para a população. A secretaria disse ainda que que continua o trabalho de investigação e prevenção da raiva humana no município. Para intensificar as ações, a Sespa enviou na segunda-feira, 14, 1.000 doses de vacinas antirrábicas e 300 frascos de soros antirrábico para o Marajó.  Todos os doentes apresentam quadro semelhante, com sinais e sintomas como febre, dispneia, cefaleia (dores de cabeça), dor abdominal e sinais neurológicos - paralisia flácida ascendente, convulsão, disfagia (dificuldade de deglutir), desorientação, hidrofobia e hiperacusia (sensibilidade a sons, principalmente agudos). A Sespa esclarece que casos confirmados de raiva humana no Pará não ocorrem desde 2005, quando 15 foram registrados no município de Augusto Corrêa e 3 em Viseu, no Nordeste paraense – todos por transmissão de morcego hematófago.  No caso de Portel (município do Marajó), os últimos casos de raiva humana ocorreram em 2004, atingindo 15 pessoas – também todas transmitidas por morcego hematófagos, assim como os seis casos confirmados em Viseu, no mesmo ano.

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