Servidores da prefeitura de Igarapé-Miri, no nordeste paraense, denunciaram um grave caso de "funcionário-fantasma" no hospital e maternidade municipal Santana, após uma médica receber mais de R$ 20 mil no mês de abril por trabalhar em plantões da unidade. O problema é que a mulher nem ao menos mora no Pará.

O caso foi divulgado pelo blog "O Sentinela", que apresentou documentos cedidos por servidores mostrando que, nos registros do hospital, a médica Cidia Mariana Silva do Nascimento trabalhou em nove plantões no setor de clínica durante o mês de março deste ano. O documento é assinado pelo tanto pelo diretor administrativo da unidade quanto pelo diretor clínico, o médico Walter de Assis do Nascimento, pai de Cidia. 

A folha de plantões no hospital municipal, assinada pelo pai da Cidia, afirma que ela trabalhou durante nove plantões em março deste ano. (Foto: divulgação)

Entretanto, os trabalhadores do local afirmam que a médica nunca foi vista no hospital, e sequer morava no município. Pelas redes sociais, Cidia afirma ser natural de Belém, mas afirma morar há anos em Manaus, no Amazonas. 

A médica afirma morar em Manaus em suas redes sociais (reprodução Facebook)

Só pelos plantões realizados no mês de março, a prefeitura efetuou para Cidia o pagamento de R$ 20,9 mil, segundo nota fiscal de serviço da prefeitura. Em outra nota, a prefeitura registra o pagamento de R$ 15,2 mil a médica por sete plantões cumpridos em abril. Nos documentos, o endereço dela é registrado como no bairro de Nazaré, em Belém.

As notas de serviço mostram os pagamentos, que chegam a superar R$ 20 mil. (Foto: divulgação)

O caso foi denunciado ao Conselho Municipal de Saúde, Câmara dos vereadores e Ministério Público do Estado.

Gestão de Prefeito sob Suspeita

O caso é mais um que se soma a uma série de denúncias contra o prefeito Antoniel Miranda Santos (PEN). Recentemente Antoniel foi denunciado por fraudar contratos no valor de R$ 400 mil entre a prefeitura de Igarape-miri e uma empresa de gêneros alimentícios que pertence e ele mesmo. A empresa funciona, inclusive, no pátio da casa do prefeito. 

Nos últimos dias, o DOL teve acesso a um áudio que seria da conversa de Antoniel com um empresário da cidade. Na gravação, ele pede cerca de R$30 mil para "ajudar" alguns vereadores. A propina resultante da extorsão seria utilizada para "pagar" três vereadores. 

(DOL)

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