O abastecimento de produtos como frutas, verduras e legumes em supermercados e feiras de Belém é incerto, em função da greve dos caminhoneiros, que começou no último dia 21. Com a continuidade do movimento, alguns itens não são mais encontrados pela população.
De acordo com Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), o abastecimento dos estabelecimentos foi afetado. Algumas lojas de Belém já registram escassez de determinados tipos de frutas, legumes e verduras, produtos que são perecíveis e de abastecimento praticamente diário.
Parte deles é regional, como frutas e verduras, outros importados de diversas cidades do País, como legumes e algumas frutas. E, segundo Portugal, o que os consumidores encontram nas prateleiras são produtos que conseguiram chegar e alguns sofreram reajuste nos preços.
“Algumas lojas registram falta de itens específicos, mas não reflete o abastecimento geral. São situações pontuais. Os demais produtos vendidos nos supermercados possuem estoques”, garante. Em um supermercado no bairro da Pedreira, a oferta de carne bovina era bem pequena. Em algumas partes das gôndolas não se via nenhuma unidade do produto.
No Ver-o-Peso, Carina Baía, 38, feirante, disse ontem que está preocupada com a falta de produtos e a queda nas vendas, que ela contabiliza em 20%. “O movimento não está comum. Afinal de contas, tudo dobrou de preço. E toda mercadoria que tenho é essa que está aqui na prateleira que ainda consegui comprar na última quinta-feira (24) na Ceasa (Centrais de Abastecimento do Pará). Amanhã a gente não sabe como vai ser, pois nem o caro vai ter para vender”, lamenta. Ainda segundo ela, falta couve-flor, macaxeira, pepino e alface.
O sociólogo Elias Ramos, 59, procurou alguns produtos na feira do Ver-o-Peso porque não encontrou em supermercados da cidade. “Vim atrás de berinjela porque em dois supermercados não encontrei. Mas, o que percebo é que a maioria dos produtos está pelo menos 20% mais caro”, avalia. A autônoma Madalena Gonçalves, 48, também sentiu no bolso os altos preços de alguns produtos. “Principalmente cebola e tomate”.
MOVIMENTO
Em outras feiras como as dos bairros do Guamá e Pedreira, o movimento era maior na manhã de ontem. Porém, os consumidores também sentiram a falta de alguns itens e, sobretudo, que algumas frutas, verduras e legumes estão mais caros. “Não encontro mais banana prata, somente a chorona. A dúzia dela está custando R$ 10, antes era R$ 6. Em geral, está ficando difícil manter a casa”, disse Márcia Martins, 39, dona de casa, moradora do bairro do Guamá.
(Michelle Daniel/ Diário do Pará e Redação)