Os servidores do Detran podem entrar em greve novamente, após quase um mês da última paralisação e nenhum reivindicação atendida por parte da instituição. A informação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Trânsito do Estado do Pará (Sindtran/Pa), Élison Oliveira, nesta sexta-feira (08). O movimento dos servidores em greve foi suspenso no último dia 11 de maio após 29 dias de paralisação.

O anúncio da nova possibilidade de greve aconteceu no prédio sede do Tribunal de Justiça do Estado (TJE-PA), na qual a diretora-geral do Detran, Andrea Hass, alegou a impossibilidade de atender a quase todas as pautas de reivindicação do Sindtran, atribuindo o poder de decisão à Secretaria de Estado de Administração (Sead), que estava ausente à reunião. Uma nova audiência de conciliação foi marcada pela desembargadora Diracy Gomes, para o próximo dia 3 de agosto, às 9 horas da manhã, no mesmo local, para a qual a Sead será chamada a participar pelo Judiciário.

"Teremos uma assembleia geral (dos servidores do Detran) dia 12 de junho (terça-feira) para avaliar o resultado da audiência de hoje. Vamos definir se manteremos o estado de greve ou se voltamos à greve. A assembleia poderá decidir esperar a próxima audiência. A categoria está bastante indignada com todo esse processo de terceirizações, sucateamento, precarização e sobrecarga de trabalho por não haver concurso no Detran há dez anos", informou o dirigente sindical, cuja categoria mantém o estado de greve. 

A audiência de conciliação foi aberta pela desembargadora Diracy, acompanhada da procuradora de justiça Mariza Lima. No último dia 9 de maio, a desembargadora concedeu liminar determinando o retorno ao trabalho de 80% do efetivo do Detran. A magistrada se ausentou da sala e deixou dois mediadores conduzindo o diálogo entre os representantes do sindicato e do Detran, acompanhados de procuradores autárquicos e assessores jurídicos. O Detran se comprometeu a questionar a Sead por ofício sobre as reivindicações de recomposição da Gratificação de Trânsito dos servidores em R$ 200 e do auxílio-alimentação em R$ 120, assim como do Adicional de Insalubridade para algumas atividades, como no setor de vistoria veicular. Outras reivindicações do Sindtran são o concurso público para o preenchimento de 800 cargos vagos, o fim dos contratos milionários de terceirização e a recuperação dos prédios do Detran na capital e no interior do estado.  

O Sindtran conseguiu que o Detran firmasse o compromisso perante do Judiciário de que não irá perseguir ou retaliar os servidores por conta da greve e, ainda, que informe no processo o cronograma e custeio de obras de recuperação das unidades do Detran na capital e no interior do estado.

(DOL) 

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