A manifestação popular alcançou o meio político, e graças a uma complementação de mais de R$ 8 milhões no orçamento, aprovada pelo Congresso Nacional, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) não corre mais o risco de fechar suas portas este ano. O anúncio foi feito ontem de manhã pelo diretor da institução pública de pesquisa, Nilson Gabas Jr., que aproveitou a ocasião para confirmar que os recursos a mais aportados servirão também para concluir o Centro de Exposições Eduardo Galvão, garantir a reabertura do Espaço Raízes, voltado a ações educativas, e ainda para a recomposição do quadro de terceirizados.

“Eu estava me preparando para anunciar que a partir de setembro talvez uma ou duas bases do MPEG precisariam ser efetivamente fechadas por conta de um déficit que seria de cerca de R$ 2,5 milhões”, justificou o diretor.

Por várias vezes ele se disse agradecido à população belenense e paraense pelo empenho e sensibilidade que alcançou quem pôde ajudar a recompor o orçamento em 2018. “Estou feliz de dizer que vamos fechar ‘no azul’. De um orçamento inicial de R$ 7,2 milhões passamos para R$ 15,5 milhões. Agradeço também ao ex-ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, pela efetiva parceria em conseguir essa recomposição. O medo que tínhamos de precisar fechar esse ano nós não temos mais”, reconheceu. O diretor e pesquisador aproveitou para anunciar que deve deixar a gestão do Museu ainda este mês. O processo eleitoral interno para troca de direção já foi realizado e falta apenas a chancela da Casa Civil para que o primeiro nome da lista tríplice enviado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o da pesquisadora Ana Luisa Albernaz, seja confirmado para ocupar o cargo.

O Centro de Exposições deve ser concluído até julho do ano que vem com o aporte de R$ 3,5 milhões, enquanto que o Espaço Raízes será reinaugurado até o final de 2018 após a conclusão da reforma, com outros R$ 250 mil. “O Centro será um espaço estratégico, onde o público terá acesso ao acervo do MPEG, e isso ajudará a pensar a programação da Amazônia”, explicou.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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