Apesar das dificuldades em relação ao horário dos jogos, sempre de manhã e no início da tarde (devido às seis horas de diferença de fuso entre Brasil e Rússia) o comércio de Belém não tem muito que reclamar do movimento gerado pela Copa do Mundo. O aumento nas vendas é diretamente proporcional ao sucesso do Brasil no torneio. Após a primeira vitória do Brasil contra a Costa Rica pela segunda rodada do torneio, bares, restaurantes, lojas e ambulantes estão com grande expectativa de aumento considerável no movimento.  Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS/PA) diz que apesar do empate do Brasil no primeiro jogo com a Suíça, o movimento foi supreendentemente bom. “No jogo da última sexta-feira não houve jeito... Como era cedo, o movimento foi de um dia normal. Mas nessa quarta (27), teremos novamente uma partida às 15h, e a expectativa é que o movimento seja muito bom”, avalia. Em relação à segunda fase, o Sindicato avalia que boa parte dos torcedores deve se deslocar para os balneários. “Estaremos já no mês de julho e isso é normal. O movimento será dividido e muitas famílias vão sair da cidade apesar da crise que ainda perdura”, prevê. E a tendência é que muitos viagem ocorram nos primeiros 15 dias onde os preços ainda estarão menores que na segunda metade do mês. Mas esperamos que um bom público compareça aos bares e restaurantes em Belém”, analisa. Francisco Oliveira, proprietário de um bar na rua 3 de Maio, que já funciona há 13 anos, analisa que os dois primeiros jogos registraram um movimento satisfatório e que o setor se adequa aos horários das partidas, com estratégias diferentes de vendas. “No primeiro jogo pudemos faturar com a venda de muita bebida e almoço. Já na última sexta-feira fizemos um café da manhã. Com a primeira vitória do Brasil a expectativa é muito boa apesar do horário complicado dos jogos. O setor está precisando de um gás. Esperamos que Brasil corresponda em campo”, espera. INFORMAL O comércio informal é o que mais comemora. Renato Marques não parava, na manhã de ontem (24), na feira do Artesanato da Praça da República. Todo paramentado com roupas e acessórios nas cores da seleção, o ambulante comemorava as vendas. “O Brasil começou a copa devagar, mas no segundo jogo a coisa engrenou e vendemos bastante”, diz. Ele vende de apitos a cornetas, de prendedores de cabelo a mochila verde-amarela. O lucro de Renato – que durante a semana trabalha numa banca na avenida Presidente Vargas - varia de R$ 50 a R$ 70 -chega a R$ 100 aos domingos. “Se o Brasil melhorar o desempenho e passar para as oitavas, as vendas vão triplicar!”, espera. Luiz Dias, 52 anos, tem uma barraquinha todos os domingos na praça e desde o início do mês apostou na venda de maiôs, camisetas e conjuntos com motivos da Copa. Ele diz que chega a comercializar R$ 800,00 em mercadoria a cada domingo. “Acreditamos que o Brasil vai chegar longe nessa Copa e vamos conseguir recuperar tranquilamente o investimento”.

(Luis Flávio/Diário do Pará)

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