Mais da metade da população brasileira está acima do peso e quase um quinto sofre de obesidade, segundo pesquisa do Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar. O quadro fica ainda mais grave quando comparado aos resultados de outras pesquisas internacionais que confirmam a relação entre o excesso de peso e o desenvolvimento de câncer.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o peso corporal adequado é capaz de reduzir os riscos de até 13 tipos diferentes de câncer, desde o câncer de rim ao de estômago, passando pelo de ovário e vários outros. Em outro estudo, da Escola de Saúde Pública do Canadá, foi constatado que a obesidade e o sobrepeso são responsáveis por mais de 42% dos casos de câncer de esôfago; mais de 25% dos de rim; e mais de 20% dos casos de câncer de estômago, de cólon, de fígado e, entre homens, de vesícula. Em Belém, cerca de 18% da população está obesa e 53,1% com excesso de peso.

A médica Amanda Gomes, oncologista clínica, afirma que a propensão ao câncer pode ser estimulada pela obesidade de diversas formas. “Nas mulheres, por exemplo, a gordura é convertida em estrogênio e o excesso de hormônio feminino aumenta as chances de câncer de ovário e de mama”, alerta. “Além disso, pessoas obesas geralmente possuem uma alimentação ruim, rica em carboidratos ou gorduras de origem animal, que aumentam os riscos de cânceres como de tireoide ou de intestino”.

PREVENÇÃO

Segundo a médica, alimentação e exercício físico podem prevenir a doença. “Uma dieta rica em alimentos anti-inflamatórios, por exemplo, é importante. Ingerir mais fibras, proteínas e gorduras saturadas. Atividade física também ajuda não apenas pela perda de peso, mas porque produzir uma série de neurotransmissores que aumentam a sensação de bem estar e diminuem a inflamação do organismo”, garante.

Mesmo assim, a médica alerta. “Tudo precisa ser feito de forma gradual e contínua, sem dietas loucas e tentativas de perder muito peso de uma vez só”, encerra a especialista.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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