A data impressa na placa de identificação é clara: o prazo de conclusão da obra de reforma do Centro de Referência em Atenção à Saúde da Mulher II, em Belém, encerrou no último dia 31 de julho deste ano. Já na semana passada, porém, as obras continuavam. O serviço já se arrasta desde outubro de 2015.

Andaimes ainda eram vistos na fachada do prédio, assim como a presença de operários. Logo, a unidade seguia sem oferecer atendimento à população desde o início da reforma que, segundo a placa de identificação, tem custo de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos.

A psicopedagoga Mônica Leite, 43, passa todos os dias em frente à unidade em reforma e disse que, no último dia 6, segunda-feira, foi a primeira vez que viu operários trabalhando no local. “Essa obra está parada há muito tempo. É a primeira vez que eu vejo gente trabalhando aí”, contou.

Enquanto o centro de referência segue sem atendimento desde 2015, os atendimentos especializados voltados para as mulheres são mantidos na Casa da Mulher, na travessa Bom Jardim, bairro da Cidade Velha. No local são realizados atendimentos como exames de mamografia e preventivo.

Aos 74 anos de idade, a aposentada Maria do Carmo Costa precisa se deslocar de ônibus do bairro de Souza, onde mora, até a Cidade Velha para receber atendimento na Casa da Mulher. Ela afirma que o atendimento é de boa qualidade e, por isso mesmo, acredita que deveriam existir mais centros de atenção à saúde da mulher pela cidade. “Eu agendei a minha mamografia e o preventivo. Atendo aqui desde 2003”, revela. “Deveria ter mais espaços desse. Às vezes fica muito longe para gente vir para cá”, completa.

DESLOCAMENTO

A dona de casa Iolanda Lopes, 51, é atendida desde 2005 no local. Ela conta que, no início, o atendimento era mais célere. Porém, no final do ano passado ela precisou aguardar dois meses para conseguir agendar uma mamografia.

“O atendimento é muito bom, mas o espaço é muito pequeno para tanta gente. Tem muita gente que vem do interior”, observa. É o caso da dona de casa Maria Santos, 62, que mora no município de Barcarena. Ela faz acompanhamento na Casa da Mulher há seis anos e recentemente descobriu uma lesão no colo do útero. “Estou tranquila porque sei que vou conseguir ser atendida. Mas, com certeza, tinha de ter mais unidades porque tem muitas mulheres que precisam”.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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