Participantes da licitação são alvos de investigação Somente duas empresas participaram do processo licitatório para a execução das obras que inclui ainda o sistema de controle operacional. A outra empresa a participar do processo licitatório foi a Marquise Engenharia. As duas participantes, Odebrecht e Marquise, são alvos de investigação da Lava Jato. A Odebrecht é acusada de fraudes em licitações de contratos com o poder público. Em 2016, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, foi condenado a 19 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e associação criminosa. A Marquise, por sua vez, foi apontada como participante de um cartel de construtoras que cometeu irregularidades em 21 licitações de sistemas de transportes. A empresa é acusada de envolvimento em irregularidades no Distrito Federal, Bahia, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. A delação foi feita pela construtora Camargo Corrêa, que também integraria o suposto cartel, que também incluiria a Odebrecht. Nas eleições de 2014, as empresas do grupo Odebrecht doaram pelo menos R$ 2,8 milhões a políticos do PSDB e seus aliados no Pará, segundo pesquisa feita pelo DIÁRIO no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desse total, quase R$ 700 mil foram para a campanha de reeleição do governador Simão Jatene.DOAÇÕES As doações vieram de quatro empresas do grupo: a construtora Norberto Odebrecht, a Odebrechet Óleo e Gás, a Braskem e a Hangar Empresarial Empreendimentos Imobiliários. Além de Jatene, a lista de beneficiários incluiu, por exemplo, Celso Sabino de Oliveira (PSDB), Cilene Couto (PSDB) e Ìtalo Mácola (PSDB), então candidatos a deputado estadual; Ademir Andrade (PSB) e Nilson Pinto de Oliveira (PSDB), então candidatos a deputado federal. CUSTOS Matérias publicadas pelo DIÁRIO mostraram, em abril do ano passado, que o BRT de Manaus, por exemplo, estava orçado em R$ 24 milhões por km. Já o BRT da Augusto Montenegro, em Belém (no qual a Controladoria Geral da União/CGU apontou superfaturamento) era estimado em R$ 21 milhões por km. Em Recife, o custo por km do BRT era de R$ 6 milhões; em Fortaleza, R$ 12 milhões; em Goiânia, R$ 16 milhões; em Florianópolis, R$ 16 milhões; em Palmas, R$ 13 milhões; em Porto Alegre, R$ 13 milhões; em Brasília, R$ 25,6 milhões. | (Luiza Mello/Diário do Pará) |