Enquanto uma parte da avenida Bernardo Sayão, no bairro do Guamá, em Belém, recebeu pavimentação asfáltica e urbanização, seguindo mais adiante se encontra uma situação bem diferente: esgotos a céu aberto, canais totalmente deteriorados, mato, lixo por toda parte, áreas sem calçamento – o que obriga os pedestres a trafegarem em meio aos veículos, além de um trânsito caótico. A pista de mão dupla é estreita, não há sinalização, semáforos e muito menos faixas para facilitar a travessia na via.

(Foto: Pedro Guerreiro/Diário do Pará)

A continuação das obras na via fazem parte do projeto de macrodrenagem e urbanização da Bacia da Estrada Nova, executado pela Prefeitura de Belém. Mas, até agora, está só na promessa. Ali existem moradores que aguardam a entrega total das obras há mais de 40 anos, como é o caso da dona de casa Neuza Santos Lopes, 61, que mora na Bernardo Sayão, entre as travessas 9 de Janeiro e Padre Eutíquio.

“Ainda não fomos chamados nem para negociar indenização. Desde que me entendo por gente eu escuto que iam fazer essa obra aqui. Já era pra ter sido feita há muito tempo”, critica. Para ter acesso à sua residência, a moradora construiu uma ponte de madeira por cima do canal que separa a pista da entrada da casa.

(Foto: Pedro Guerreiro/Diário do Pará)

A moradora lamenta ter de conviver uma vida inteira com o lixo, mal cheiro e até animais mortos que são jogados no canal, sem o mínimo de saneamento básico. “É difícil até para andar na rua. Não tem calçada. Às vezes os próprios moradores se unem para limpar o mato. Tá pronto só um pedaço da via porque a maior parte está por fazer. Estamos abandonados”, diz Neuza.

SEM ESPERANÇA

Outro morador da via, o metalúrgico João Elias Carvalho, 50, mora há 35 anos entre as travessas José Bonifácio e Padre Eutíquio. O progresso que ele aguardava não chegou à área onde reside, mesmo estando próximo. “Aqui não mudou nada. Só mostram esses dois quilômetros de asfalto. Mas aqui a gente continua cheirando esgoto. A travessia é ruim. O trânsito é horrível. Aqui poderia ser duas pistas igual como fizeram lá. Mas não tem nada”, reclama.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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