A aluna Beatriz Monteiro Coelho, estudante da Universidade do Estado do Pará (UEPA), em Igarapé-Açu, nordeste paraense, que chamou a Polícia Militar para averiguar a denúncia de coação e insultos que ela diz ter sofido em uma aula do curso de Ciências Sociais que ocorria, afirma que tem sido perseguida pelos colegas e pelo professor Mário Brasil por ter manifestado posicionamento político a favor do candidato à presidência Jair Bolsonaro.

É o que consta no Boletim de Ocorência que a jovem registrou após a confusão ocorrida na quarta-feira (25). Após colherem informações da aluna, os PMs que estiveram na universidade aconselharam que um B.O fosse prestado para que inquérito policial fosse instaurado. 

De acordo com o Comando de Policiamento Regional 3, sediado em Castanhal, a aluna relatou que há dias vem sendo coagida pelos outros universitários. 

Entre os documentos apresentados por Beatriz à Polícia está um print com mensagens de WhatsApp onde ela estaria sendo chamada de "idiota" por um dos colegas.

COAÇÃO

Já o professor Mário Jorge Brasil, coordenador do curso de Ciências Sociais do campus de Igarapé-Açu, disse que foi interrogado de forma ríspida pelos policiais, que exigiram esclarecimentos do teor ideológico da aula que ele ministrava.

Ele contou que solicitou aos alunos que estavam fotografando os slides que não fizessem fake news com as imagens, em tom de brincadeira. Beatriz teria se ofendido e chamou a polícia.

Sobre a suposta coação ou possível desvio praticado pelos policiais, a PM orienta que seja registrado um B.O ou formalizada uma denúncia na Corregedoria.

Na manhã desta sexta-feira (26¨), ocorreu uma reunião entre a Gestão Superior, a Procuradoria Jurídica, a Coordenação do Campus, o professor Mário Xavier e o Sindicato dos Docentes da Uepa. De posse do conjunto de informações pautadas na reunião, ficou definido que será aberta uma sindicância para apurar pormenorizadamente os fatos e subsidiar as providências que serão tomadas interna e externamente pela instituição.

(DOL)

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