Em média, um preso foge a cada doze horas dos presídios do Pará. Essa é a realidade do sistema de segurança pública do Estado em 2018, que tem sofrido com constantes ataques e fuga de detentos. 

De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), de 1º de janeiro até 5 de novembro deste ano, foram registradas 87 fugas no Estado, com 618 fugitivos. Desses, apenas 229 foram recapturados, representanto cerca de 37% do total de foragidos. 

O número é alarmante, ainda mais quando comparado como ano anterior. Mesmo o levantamento da Susipe considerar apenas 10 meses e cinco dias, o número de fugitivos já representa um aumento de mais de 50% em relação as fugas registradas em todo o ano de 2017, quando 403 detentos fugiram. Apenas 169 foram recapturados. 

O levantamento da Susipe informou ainda que em 2018, "28 presos morreram em confronto armado com a PM dentro de unidades prisionais do Estado, durante rebeliões, motins e/ou tentativas de resgate de presos". Em 2017, foram 24 presos mortos, segundo o mesmo balanço.

O número, entretanto, não representa o total de detentos mortos neste ano. Quantionada pelo DOL, a Susipe afirmou que detentos que morrem dentro das unidades prisionais assassinados por outros presos ou ainda fora das unidades prisionais vítimas de baleamento durante tentativas de fugas e/ou em perseguição policial não entram no balanço apresentado. A Susipe ainda afirmou que "o levantamento completo é anual e encaminhado somente para os órgãos ligados ao sistema prisional".

A última fuga aconteceu esta semana no Centro de Recuperação Penitenciário Pará I (CRPP I), localizado no Complexo de Santa Izabel, na Região Metropolitana de Belém, quando 56 detentos fugiram. 

Mas a precariedade na segurança pública no estado do Pará já mostra sinais desde o início do ano. Em abril deste ano, a morte de 21 detentos durante uma fuga no Centro de Recuperação Penitenciária do Pará (CRPP III) chocou o país, chegando a ser destaque na imprensa mundial. 

(DOL)

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