Um vídeo que está sendo compartilhado em grupos de mensagens mostra a crueldade do homem com o meio ambiente.

Nas imagens, três homens são flagrados usando facões para matar dois botos que estão encalhados, enquanto um quarto envolvido filma tudo.

Veja o vídeo:

Não há informações de onde os maus tratos teriam sido registrados.

O DOL entrou em contato com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a reportagem conversou com Roberto Cabral, coordenador de operações e fiscalização do órgão.

Segundo Roberto, os envolvidos se enquadram em dois tipos de crimes ambientais, que são: molestar cetáceos, espécie a qual pertencem os botos, e maus tratos. As punições variam de três meses a um ano de prisão e multa de R$ 500,00 a R$ 3000,00 para maus tratos ou R$ 2,5 mil, por animal, em caso de molestação.

Boto e a importância ambiental para a Amazônia

A bióloga Angélica Rodrigues, integrante do Grupo de Pesquisa “Biologia e Conservação de Mamíferos da Amazônia” (BioMA) da  Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou em 2015, a importância da conservação da vida aquática na região.

Segundo Angélica, “há escassez de informações acerca dos impactos sobre as populações naturais de botos, relacionadas ao aumento das áreas ribeirinhas e das pressões de novas modalidades de pesca, que usam o boto como isca, ou ainda sobre o mercado que comercializa parte do corpo do boto e do peixe-boi com fins mágico-religiosos”.

A bióloga destaca, que os botos são espécies de topo de cadeia e funcionam como bioindocadores, sendo estes fundamentais para a manutenção dos ecossistemas aquáticos, principalmente em Santarém e Mocajuba, onde existem a possibilidade real de nadar e interagir diretamente com os botos.

“O público, sensibilizado quanto à importância da manutenção da diversidade biológica e conservação ambiental, pode auxiliar na divulgação das informações sobre os mamíferos aquáticos e, dessa forma, contribuir para a desconstrução gradativa dos valores negativos que permeiam este grupo de animais e sua conservação”, destaca Angélica Rodrigues.

(DOL e informações da UFPA)

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