O Espaço Palmeira, no bairro da Campina, em Belém, apresenta sinais de degradação pelo descaso do poder público. Há lixo acumulado e água empoçada em diversos pontos, lonas improvisadas na cobertura dos boxes, calçadas esburacadas. Os transeuntes reclamam ainda da falta de segurança na área, que há 10 anos é o local de trabalho de ambulantes retirados da avenida Presidente Vargas.
Uma vendedora que não quis se identificar com medo de represálias disse que os próprios comerciantes são responsáveis pela manutenção do espaço. “A gente limpa, varre, porque se não o cliente vai embora. Não esperamos pela prefeitura”, comentou. Ela disse também que gosta de trabalhar no local e que faz de tudo para ter uma clientela fixa e garantir sua renda com a venda de camisas.
A posição da vendedora, no entanto, não parece ter sido a da maioria dos ambulantes que se mudaram para lá. A reportagem do Diário observou que a maioria dos boxes está fechado e sem placa que indique funcionamento de alguma atividade comercial. Na praça de alimentação, dos oito boxes disponíveis, apenas cinco estão funcionando - em condições precárias, inclusive com parte do telhado sem cobertura.
O optometrista Bianor Moreira Junior, 42 anos, reclamou das condições do local. “Isso aqui é muito descaso. Não vemos investimento do dinheiro público. É bonito, deveria ser melhor cuidado. É também local de assaltos”, comentou. O estudante Felipe Silva, 18, que costuma passar pelo espaço, lamenta também não ser um ambiente com melhor aproveitamento para os ambulantes e para os cidadãos também. “É perto de uma igreja histórica, a igreja de Santana, e isso deveria ser um atrativo turístico, ser mais valorizado. Mas acaba sendo um problema, pela falta de segurança também”, disse.
RESPOSTA DA PREFEITURA
- Em nota, a prefeitura de Belém informou que há 125 permissionários cadastrados no Espaço Palmeira e que há um projeto de melhoria para o local. “A PMB esclarece que está finalizando novo edital de chamamento e que deve ser lançado em breve”, afirma. “Sobre a limpeza, ela é feita por equipes da Secretaria de Saneamento (Sesan), com serviço de varrição e recolhimento de lixo”.
(Dominik Giusti/Diário do Pará)