Basta chegar o período do ano em que Belém entra em um clima mais chuvoso para que se perceba na população sintomas como tosse, dor de garganta, coriza e febre. O início de cada ano, na capital paraense, costuma vir acompanhado pelas chamadas viroses que, na maioria das vezes, possuem sintomas parecidos com os da gripe. Apesar da relação inevitável com a mudança brusca de temperatura, tais doenças podem ser prevenidas a partir da adoção de alguns hábitos.
Enfermeira da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Eula Neves explica que o período de chuvas mais intensas contribuem para o aparecimento de dois tipos de viroses: as relacionadas ao trato respiratório e as que estão ligadas ao trato gastrointestinal.
“As viroses gastrointestinais estão muito relacionadas à limpeza inadequada dos alimentos, já que elas são causadas devido ao contato dos alimentos com água contaminada”, explica.“Nesse período de muitas chuvas, há o acúmulo de água e, às vezes, devido à falta de infraestrutura, essa condição faz com que os alimentos acabem contaminados. Por isso é preciso lavar adequadamente frutas e verduras”.
Já no caso das viroses que acometem o trato respiratório, Eula aponta que a mudança brusca de temperatura pode ressecar as mucosas. “O ar também fica mais poluído e aí facilita a proliferação desses vírus”, complementa. “É um tipo de virose que atinge principalmente as crianças menores de cinco anos, devido o sistema imunológico delas ainda estar em formação e, portanto, ainda não oferecer total resistência”.
TEMPERATURA
A fragilidade dos bebês com relação a essas mudanças de temperatura foi percebida pela família do pequeno Bernardo Leite de Castro. Aos quatro meses de idade, ele começou a apresentar os primeiros sintomas relacionados às viroses. “Ele começou a espirrar muito, teve tosse, o nariz começou a escorrer e percebemos que o peito dele estava cheio de secreção”, conta o consultor de vendas e pai de Bernardo, Vicente Castro, 35 anos. “Esse período de mudanças no clima é complicado para ele”.
Assim que perceberam os sintomas, os pais do bebê procuraram o médico. Com o filho já curado, Vicente e a esposa Carol Leite, 22, se preocupam, agora, em prevenir uma nova ocorrência da virose. Eula aponta que, para evitar as viroses, deve-se evitar locais aglomerados e com pouca ventilação e lavar bem as mãos, dando preferência para a água e sabão. “O álcool em gel deve ser a exceção, o ideal é água e sabão. Já se a pessoa não tem condições de, naquele momento, lavar as mãos, pode fazer uso do álcool”. Se as medidas preventivas não forem suficientes e o indivíduo, criança ou adulto, for acometido pelos sintomas das viroses, o ideal é procurar imediatamente um médico.
SERVIÇO
SINTOMAS
- Viroses respiratórias
-Febre associada à tosse
-Dor de garganta
-Dor de ouvido
-Coriza
- Viroses gastrointestinais
-Febre
-Dores no corpo
-Dor abdominal
-Vômito
-Diarreia
PREVENÇÃO
-Mantenha hábitos saudáveis, com uma alimentação balanceada
-Beba bastante líquidos, como água e sucos
-Evite locais aglomerados. Os vírus se proliferam muito fácil e rapidamente em ambientes fechados e com muita aglomeração de pessoas
-Opte por ambientes ventilados e com boa circulação do ar
-Mantenha os ambientes sempre limpos. Quando acumulada, a poeira pode prejudicar as vias respiratórias.
-Higienize muito bem os alimentos, sobretudo frutas e verduras. A não higienização dos alimentos pode ser responsável pelo acometimento das chamadas viroses gastrointestinais.
Fonte: Eula Neves, enfermeira
(Cintia Magno/Diário do Pará)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar