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ESQUEMA DE VENDA DE VAGAS

Sargento é preso e coronel da PM é afastada das funções

O 2º sargento Gildson dos Sants foi apontado por companheiros de farda como o cabeça de um esquema de transferências ilegais e vendas de vagas na 1ª Companhia de Policiamento Ambiental. O esquema, bem como outras irregularidades, seriam acobertados pela coronel Andréa Keyla Leal Rocha

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Imagem ilustrativa da notícia Sargento é preso e coronel da PM é afastada das funções camera Policiais militares relataram ao Ministério Público que o sargento Gildson, acobertado pela coronel Keyla, cobrava R$ 10 mil por transferência de policiais | Reprodução - Redes sociais

O Ministério Público do Pará investiga dois policiais militares do estado, apontados como autores de diversos crimes funcionais na 1ª Companhia de Policiamento Ambiental (CIPAmb). no município de Santarém. Segundo as investigações, a coronel Andréa Keyla Leal Rocha e o 2º sargento Gildson dos Santos Soares atuavam em conjunto para forçar a transferência de policiais para outros batalhões, abrindo assim vagas na 1ª CIPAmb.

Ao ouvir depoimento de diversos policiais, o Ministério Público concluiu que algumas transferências de policiais ocorriam no intuito de que outros militares, pudessem vir a ocupar as vagas que teriam sido abertas com as transferências, mediante pagamentos efetuados ao 2º sargento Gildson.

As investigações também demonstraram que o esquema de “venda de vagas”, organizado pelo sargento Gildson, contava com a chancela da comandante da Companhia, a coronel Keyla. Policiais militares ouvidos pelo Ministério Público relataram abusos de autoridade praticados pelo sargento Gildson e pela coronel Keyla – supostamente, Gildson e Keyla mantinham um relacionamento amoroso, segundo os depoentes.

Três policiais afirmaram, em depoimentos ao Ministério Público, que tinha conhecimento que o sargento Gildson cobrava R$ 10 mil para intermediar transferências. Ainda segundo o relato das testemunhas, Gildson costumava ameaçar outros policiais e as famílias deles.

Prisão e afastamento

As investigações apontam que Gildson e Keyla podem ter cometido os crimes de corrupção passiva, peculato, usurpação da função pública, excesso ou abuso de autoridade e ameaça. Diante dos fatos apurados, o Ministério Público solicitou ao Judiciário a prisão preventiva do sargento Gildson e o pedido de afastamento das funções da coronel Keyla. Ambos os pedidos foram atendidos.

Na manhã desta segunda-feira (26), o Juiz de Direito Titular da Vara Única da Justiça Militar do Estado do Pará, Lucas do Carmo de Jesus, decretou a prisão preventiva do sargento Gildson Soares, bem como o afastamento cautelar das funções, pelo período de 120 dias, da coronel Andréa Keyla Leal Rocha.

A prisão preventiva do sargento teve como justificativas a garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal, periculosidade do indiciado ou acusado, segurança da aplicação da lei penal militar, exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado.

O afastamento da coronel Andréa Keyla Leal Rocha teve como prerrogativas a garantia da ordem pública, a conveniência das investigações criminais e a manutenção da hierarquia e disciplina militares.

Gildson já estava preso provisoriamente, desde o último dia 19, pelo envolvimento em outro crime. Ele é acusado de matar uma mulher e também responde criminalmente por cinco tentativas de homicídio em Santarém – fatos relacionados, ocorridos em 2018, em Santarém.

Em junho, o sargento chegou a sofrer um atentado, no qual o carro que ele dirigia foi atingido por 10 tiros.

Em nota, a Polícia Militar informou que irá cumprir com as determinações oriundas do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. "A PMPA reitera, ainda, que não coaduna com condutas que manifestem comprovado desvio da ética policial militar", posicionou-se a corporação por meio de sua assessoria de imprensa.

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