Na manhã desta sexta-feira (18), o ex-presidente do Santos Orlando Rollo foi preso em operação da Corregedoria da Polícia Civil e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em ação de combate ao tráfico de drogas e crimes contra a administração pública.
Segundo apurou a reportagem, Rollo, que é policial civil, foi preso junto com mais três agentes da corporação. Eles são acusados de desviar 700 quilos de cocaína do traficante de drogas Vinicyus Soares da Costa, 33, o Evoque, ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital). De acordo com as investigações, os policiais teriam pedido R$ 5 milhões para liberar a droga para Evoque.
O caso começou em agosto deste ano, quando houve uma apreensão de 900 quilos de cocaína na Ilha Barnabé, na Baixada Santista. De acordo com as investigações, o carregamento teria como destino o Rio de Janeiro. Na ocasião, os policiais presos nesta sexta-feira só apresentaram 168 quilos da droga como apreendidos. Não se sabe o destino dos outros 732 quilos restantes.
A operação que prendeu Rollo é um desdobramento de uma ação da Polícia Federal que prendeu três policiais civis da 2ª Delegacia de Combate a Entorpecentes de Santos, que foram acusados de desviar 400 kg de cocaína, na quinta-feira (17).
Em contato com a reportagem, o advogado dos policiais, Armando de Mattos Júnior, afirmou que os clientes são inocentes. "Isso é uma retaliação por conta das apreensões que esses policiais fizeram. Eles são funcionários públicos com bons antecedentes, com ficha funcional só com elogios. Eles vão provar a inocência deles", afirmou o advogado criminalista.
Segundo a Polícia Federal, a negociação para devolver a droga foi conduzida por João Manoel Armôa Júnior, 47, advogado de Evoque. Ele foi preso pela Polícia Federal em setembro deste ano. Após perícia no celular de Armôa, a polícia chegou aos policiais que teriam desviado a carga.
Os acusados passaram por audiência de custódia e foram encaminhados para a Polícia Civil, em São Paulo. Foi decretada a prisão temporária dos acusados. Mattos Júnior fez o pedido da revogação da prisão, mas a Justiça não concedeu o benefício ainda para os acusados.
PRESIDÊNCIA MARCADA POR 'POLÊMICAS'
Foram pouco mais de cem dias na presidência do Santos, um tempo curto, mas o suficiente para Orlando Rollo se envolver em uma grande polêmica. Em outubro de 2020 o então presidente do clube alvinegro acertou o retorno de Robinho. O atacante estava condenado à prisão na Itália por "violência sexual em grupo". Como a decisão era em 1ª instância e o jogador recorreu, Rollo acreditava na inocência de Robinho. O que não se confirmou posteriormente.
A atitude de Rollo teve um custo financeiro para o Santos, que perdeu um de seus patrocinadores. A Orthopride, empresa de ortodontia, rompeu contrato com o clube paulista, que também se viu pressionado pelas demais empresas que tinha algum vínculo com o clube. O contrato de Robinho foi suspenso e, no fim, o ex-atacante nem sequer voltou a jogar pelo Santos.
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