O trabalho articulado das forças de segurança busca combater os mais variados tipos de crimes cometidos em qualquer lugar. Seja nas grandes cidades ou na zona rural, o importante é desestimular e coibir tais práticas ilícitas.
Nesta quarta-feira (07), agentes da Polícia Federal no Pará deflagraram a segunda etapa da "Operação Águas Turvas", que visa combater atividades de garimpo ilegal que contribuem com a poluição ambiental na região sudeste paraense.
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Ao todo, a PF cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e inutilizou diversas máquinas e equipamentos usados pelos garimpeiros. A prática criminosa estava poluindo rios que abastecem a cidade de Parauapebas, além de ameaçar a fauna e flora do Parque Nacional Campos Ferruginosos, na região próxima à vila Nova Jerusalém e vila Planalto, no município de Canaã dos Carajás.
Duas retroescavadeiras, avaliadas em cerca de R$ 1 milhão cada uma, e um britador foram destruídos, além de bombas de combustível, geradores e motores, que também foram inutilizados. Uma terceira retroescavadeira, duas picapes e um carro de passeio foram apreendidos pela PF, junto com a quantia de R$ 5 mil.
Segundo o órgão, a justificativa para a destruição das máquinas se dá por conta da inviabilidade logística de fazer a remoção de tais equipamentos dos locais e, para que não seja reutilizado no garimpo ilegal, é feita a inutilização nos termos da lei.
CRIME AMBIENTAL
Na primeira fase da "Operação Águas Turvas", foram realizados sobrevoos ao longo do rio e em locais próximos, que revelaram outros locais de garimpo ilegal de ouro e cobre. Por esta razão, foi necessário implementar uma segunda fase.
Antes da ação ocorrida nesta quarta-feira (07), já havia sido constatada previamente a existência de retroescavadeiras, caminhões e outras máquinas, além de vários pontos de extração ilegal de minérios e a modificação severa da cor dos rios – indicativo de atividade intensa de garimpagem.
Por meses, existiu extração de ouro e cobre na região. Segundo a PF, nos garimpos de cobre, haviam túneis cavados para a extração e, nos de ouro, diversas escavações. As ações criminosas provocavam danos ambientais graves, como a contaminação do solo e dos afluentes de rios.
Na primeira fase da "Operação Águas Turvas", deflagrada no dia 31 de agosto deste ano, o SAAEP (Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Parauapebas), que realiza análise constante da qualidade da água que abastece a cidade, detectou a contaminação de afluentes do rio Parauapebas e informou o ocorrido ao ICMBio e à Câmara Municipal de Parauapebas.
Foi relatado pela empresa, na época, que, em virtude da contaminação do rio, foi necessário aumentar em mais de 70% a quantidade de produtos utilizados para tratamento da água que abastece o município. Isso motivou uma audiência pública em Parauapebas no início de junho deste ano, em que foi exposto o caso.
Descobriu-se, então, que a contaminação vinha, em sua maioria, da atividade de garimpagem no município vizinho, Canaã dos Carajás.
A partir da notícia-crime encaminhada pelo ICMBio acerca da devastação causada por áreas de extração ilegal de ouro, a PF abriu inquérito e iniciou a investigação.
De acordo com a Polícia Federal, se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União, associação criminosa, dentre outros. As investigações seguem em andamento.
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