Até os dias atuais, a insegurança que domina a rotina das mulheres no Brasil segue em pauta e não parece ter uma solução efetiva a curto ou longo prazo. Apesar das leis mais rígidas, o número de denúncias de casos de violência contra a mulher aumentou a nível nacional, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A família da estudante universitária Catharina Kethellen da Silva Palmerin, de 24 anos, denuncia que a jovem foi importunada sexualmente, agredida e baleada na tarde do último domingo (3), em um ponto de ônibus localizado na travessa Barão de Igarapé-Miri, no bairro do Guamá, em Belém. O suspeito de praticar o crime é um policial militar.
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A vítima estava no ponto de ônibus próximo ao Mercado Municipal do Guamá quando o sargento da PM, identificado como Arthur Santos Júnior, se aproximou e, segundo o relato dos familiares, estava embriagado e se masturbou próximo a Catharina.
Um vídeo capturado por câmeras de monitoramento mostra o ocorrido. É possível notar a aproximação do policial militar e o ataque contra a jovem. De acordo com a denúncia, o PM tentou arrastar a universitária para dentro da feira para estuprá-la. A cena chocante foi presenciada por outras pessoas que passavam pelo local e nada fizeram.
Em reação ao ataque, Catharina usou um chaveiro similar a um canivete para se defender durante a luta corporal e conseguiu ferir o PM. Neste momento, o policial militar sacou uma arma de fogo e disparou contra o abdômen da estudante, que ficou caída no ponto de ônibus.
Catharina foi socorrida e levada para o Pronto Socorro do Guamá, onde segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e passou por uma cirurgia para retirada de parte do intestino. De acordo com o último boletim médico, o estado de saúde da jovem é considerado estável.
FUGA, PRISÃO E OUTRA VERSÃO
O policial militar fugiu do local após atirar contra a estudante. No entanto, diligências realizadas na região conseguiram localizá-lo e efetuaram a prisão do sargento Arthur, que acabou sendo levado para receber atendimento médico por conta do ferimento causado pela reação da universitária.
A família da jovem denuncia, ainda, que o policial militar tem alegado que Catharina tentou assaltá-lo e, por isso, atirou contra ela. A versão é sumariamente desmentida pelos amigos da universitária, que está no último semestre do curso de bacharelado em Enfermagem na Universidade da Amazônia (Unama).
POSICIONAMENTO
Em nota, a Polícia Militar lamentou o ocorrido e informou que o sargento Arthur Santos Júnior foi preso em flagrante, segue hospitalizado e à disposição da Justiça. O caso é investigado pela Delegacia de Crimes Funcionais (DECRIF).
"Foi instaurado inquérito policial militar para apurar o fato no âmbito institucional e o agente permanecerá afastado das atividades laborativas. A PM reitera que não compactua com desvios de conduta de qualquer agente", afirmou a corporação no comunicado à imprensa.
Os familiares da jovem vieram até a sede do Grupo RBA na manhã desta segunda-feira (4) para denunciar o caso ao jornalismo da RBATV e cobrar justiça pela jovem.
VEJA O VÍDEO:
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