O crime organizado possui um modus operandi perverso do ponto de vista democrático. As forças do crime atuam como se não pertencessem ao Estado, possuindo suas próprias leis e códigos de conduta. Assim funciona uma das maiores facções do mundo: o Comando Vermelho, responsável por milhares de mortes no Brasil e em outros países da América do Sul.
Um casal pertencente a uma facção criminosa atuante no Pará foi preso, na manhã desta quinta-feira (14), pela Polícia Civil do Pará em conjunto com a corporação do Rio de Janeiro. Ambos são acusados por envolvimento em tráfico de drogas, diversos homicídios, associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo.
Os criminosos foram identificados como Mara Braga dos Santos, conhecida como "Anabele", e Rian Mateus Melo, apelidado de "Playboy". A mulher atuava como “torre” [responsável pelo comando de determinada área] do Comando Vermelho (CV) do município de Cametá, nordeste paraense. Segundo as autoridades, ela seria responsável por tráfico de drogas, homicídio e roubo qualificado.
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A Polícia Civil informou que Mara foi para o Rio de Janeiro para “aprender técnicas criminosas e repassar para outros membros da facção no Pará”. A suspeita tinha um mandado de prisão em aberto por ordenar a execução de duas pessoas entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, em uma disputa por territórios destinados à venda de drogas na cidade do interior do estado.
Por outro lado, Rian Mateus também tinha mandado de prisão em aberto por prisão de um agente da segurança pública e tentativa de homicídio contra a esposa do mesmo. No CV, “Playboy” atuava como conselheiro de hierarquia da facção.
O casal foi preso durante uma operação das Polícias Civis do Rio de Janeiro e do Pará no Morro do Adeus, localizado em Ramos, na capital carioca. A ação contou com o apoio da Delegacia de Entorpecentes. De acordo com as autoridades, Rian teria tentado fugir, mas foi capturado, e com ele foram encontradas armas de fogo, dois carregadores, 76 munições, documentos falsos e entorpecentes. Ele foi autuado por tráfico de drogas, porte ilegal de arma, uso de documentos falsos e resistência à prisão. As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Cametá.
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"O casal integrava uma facção criminosa, atuante em diversos municípios paraenses. O homem, também é investigado pelo envolvimento com homicídios e agora ambos ficarão à disposição da Justiça", informa o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende.