
Com uma pistola em punho e frases de provocação nas redes sociais, Bianca Duarte Franco, de 24 anos, parecia confiante de que continuaria fora do alcance da polícia.
Conhecida como “Anya” no mundo do crime, a maranhense apontada como uma das responsáveis pelo Comando Vermelho no Pará foi presa nesta sexta-feira (02) em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, durante a Operação Parabellum, realizada pelas Polícias Civis do Pará e do Rio de Janeiro, com apoio da Rede Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim).
Dias antes de ser presa, Bianca havia desdenhado da Polícia Civil do Pará. Ao publicar uma foto armada nas redes sociais e ser alertada de que polícias estavam em sua busca, ela postou nas redes sociais a frase "o mundo é dos espertos".
Ao ser detida, a jovem ouviu do delegado a mesma frase com a qual havia zombado dias antes pelas redes sociais. "Porque o mundo é dos espertos". A resposta irônica veio do delegado Gustavo Fossati, da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas da Polícia Civil do Pará, logo após Bianca dizer que não sabia o motivo de sua prisão.

Bianca Franco era considerada uma das principais responsáveis por cadastrar membros da facção no Pará, assumindo, segundo a polícia, uma função comparável à de uma gerente de Recursos Humanos dentro da estrutura da facção.
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Além da suspeita de integrar o Comando Vermelho, facção criminosa paraense, Bianca também é investigada por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Nas redes sociais, ela frequentemente ostentava a vida que levava.
Em uma gravação, ela aparece dançando com um fuzil; em outra, admite a vida criminosa em tom desafiador, afirmando que a própria mãe conhecia suas atividades ilegais.

"Minha mãe sabe que eu tiro plantão, minha mãe sabe que eu sou bandida, sabe que eu tráfico, tudo o que eu faço ela sabe, sabe que eu ando armada, tudo o que eu faço ela sabe”, disse.
De acordo com as autoridades, a prisão de Bianca expôs um novo perfil da atuação do Comando Vermelho. Para o delegado Fossati, a organização deixou de ser apenas voltada ao tráfico de drogas e agora se dedica ao domínio territorial e à extorsão, especialmente de comerciantes.
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"Aqui no Rio de Janeiro, a gente costuma tratar os integrantes do Comando Vermelho como traficante, né? Na verdade, eu acho que isso já foi tempo, já passou. Hoje o Comando Vermelho busca o domínio territorial e o domínio territorial vai muito além do tráfico de drogas. Ele busca, principalmente, hoje a extorsão, a extorsão a comerciantes. No Pará, nós temos um grave problema com esses faccionários do Comando Vermelho. Aqui no Rio de Janeiro também isso já é antigo, com essa extorsão a comerciantes, cobrando taxas do crime, né? Taxas altíssimas para que eles possam desenvolver suas atividades económicas e isso vem causando um problema nacional", disse o delegado.
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