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POLÍCIA

John Lennon é executado com quatro tiros

Com quatro tiros à queima roupa foi assassinado por voltadas 13h de ontem o jovem John Lennon Alexandrino Costa, de 22 anos, chamado de “Leno”, num local apelidado por alguns moradores como “Beco da Noia”, localizado na rua Variante com passagem São Paulo

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Com quatro tiros à queima roupa foi assassinado por voltadas 13h de ontem o jovem John Lennon Alexandrino Costa, de 22 anos, chamado de “Leno”, num local apelidado por alguns moradores como “Beco da Noia”, localizado na rua Variante com passagem São Paulo, bairro Ariramba, em Mosqueiro. Ele foi executado enquanto estava na casa da namorada após ser atraído para fora por um colega, segundo a companheira e testemunha ocular do crime.

Conforme relatou à polícia, a mulher alega ter visto Leno ser chamado para fora da casa dela para conversar, convidado por um homem identificado por ela apenas pelo prenome “Willian”. Este teria feito a “casinha” para o atirador ainda não identificado efetuar cinco disparos, sendo quatro com endereço certo. Logo em seguida a dupla fugiu sem que ela pudesse precisar de qual forma, se com veículo auto motivo, a pé ou de bicicleta.

Segundo parentes de Leno, o próprio era usuário de entorpecentes e por conta disso teria assassinado uma desafeto em 2010. “Ele precisou matar o traficante antes que fosse morto por ele”, confessou uma tia. O caso foi registrado na Seccional Urbana de Mosqueiro e a Polícia Civil deve agora apurar o caso para descobrir a autoria dos disparos, conseguir a qualificação completa de Willian e desvendar qual teria sido o motivo da provável execução.

“Nós também ouvimos por aqui uma história de que o ex-marido da companheira da vítima era muito ciumento e poderia ter mandado matá-lo, mas isso são só boatos contados pelo povo por enquanto”, compartilhou o cabo P. Nascimento, quem ao lado da cabo Ruth, ambos da viatura 6207, garantiram a integridade da cena do crime.

Solidariedade

em geral existem muitos símbolos de humanidade nos locais manchados por violência extrema. Não existe crueldade maior do que ceifar a vida, maior bem de qualquer existência, e no Brasil em geral essas ações são cometidas nas periferias, morros e baixadas, locais com pouquíssima infraestrutura, com falta de políticas públicas e muita gente carente de direitos, e consequentemente muitas pessoas em franco conflito com a lei. Mas mesmo com esse estigma de que quem morre é bandido, é possível reconhecer o cuidado das pessoas em alguns simples gestos.

Em geral é com lençol claro que os corpos são cobertos para ficarem o mínimo possível expostos à curiosidade alheia, muitas vezes por pessoas sem qualquer grau de parentesco. Porém, o corpo de John foi envolvido por uma manta mais escura e um guarda sol grande, tudo para proteger aquele corpo já sem vida do sol que aquecia sem o filtro de nuvens a ilha de Mosqueiro no início da tarde de ontem. Ou seja, logo após alguém considerar a vida dele menos importante comparada a uma quantia em dinheiro ou a algum tipo de desavença, alguém demonstrou respeitar a dignidade humana dele mesmo após a morte e o protegeu como pôde.

Antes, porém, a companheira dele também fora amparada, foi oferecida ajuda, cadeira, água, e ela certamente teria colo se desmaiasse. Auxílio oferecido por quem simplesmente estava perto, independentemente do que e quem ela fosse, como é comum, aliás, ocorrer em locais de execução. Onde muitos só conseguem enxergar selvageria e egoísmo, também é possível enxergar humanidade e solidariedade gratuita.

(Diário do Pará)

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