Os moradores de Marituba andam sobressaltados com a onda de violência. Só nesta semana, o DIÁRIO noticiou três assassinatos no município. Um número aparentemente inexpressivo, mas quando somado a outros casos ganha grandes proporções. Um dos assassinatos que chocou os moradores foi o do ajudante de pedreiro, Rafael Reinaldo Cardoso Rocha, 24, na Rua Fernando Baía, bairro São José. Ele foi morto no início da tarde sábado, 9.

O jovem trabalhava em uma construção em frente à casa dele, quando um homem, não identificado, entrou no terreno e fez oito disparos. Rafael morava com o tio Fábio dos Santos, 34 anos. Quando soube pelos vizinhos do assassinato, Fábio preferiu permanecer dentro de casa com o restante dos familiares. “O cara que matou meu sobrinho saiu apontando a arma pra todo mundo que tava fora das casas. Eu não devo nada pra ninguém. Mas a gente fica com medo. Minha irmã está traumatizada. Ela não consegue nem ficar aqui. Vive trancada’’.

Os familiares querem justiça. “Meu sobrinho morreu inocente. Estamos todos abalados’’, relata Edna dos Santos, 30, tia de Rafael. O caso foi encaminhado para a Delegacia de São Brás. A polícia continua a procura dos suspeitos pelo crime.

O comerciante Wagner Freire da Cunha, 42, mora um pouco antes de onde o jovem foi morto. Ele tem uma lanchonete no local. Os horários de funcionamento são rigorosamente cumpridos à risca devido aos assaltos. Um deles, semana passada. “Fui assaltado e levaram a minha bicicleta porque eu corri pra dentro quando vi os dois chegarem, um menor de idade. Não da pra ficar depois das 23h. Se passar disso é assalto’’.

Os mesmos ladrões que assaltaram o comerciante, em seguida, tentaram levar a moto de um policial à paisana, quadras depois de onde Wagner mora. O policial reagiu e os militares foram acionados e conseguiram capturar os meliantes.

“ESQUINA DO ROUBO”

No bairro Nova Decouville, Rua Alfredo Calado, conhecida como a Rua da Lama, um dos trechos é chamado pelos moradores de “esquina do roubo’’. Wellington Raimundo dos Reis, 35, relata que horas antes tinha acabado de presenciar um roubo de motocicleta. “Acabamos de presenciar um roubo de uma moto. Tem vários assaltos. Vimos à arma na mão do cara”.

A rua é de terra batida. De um lado ficam as casas dos moradores e do outro muito mato. O que torna o local mais perigoso, principalmente à noite, com a iluminação precária. Wellington comenta que duas semanas atrás, assaltantes roubaram outra motocicleta e deram dois tiros em direção à residência dele.

Para se prevenir de assaltos, antes de chegar em casa, o morador liga para a esposa, que fica em frente a casa e ao avistá-lo abre o portão. ‘’Se eu parar aqui em frente corro o risco de ser assaltado’’. A esposa, Eliete Lima, 30, nem sai de casa com medo da violência. “Aqui é muito perigoso. Eu dificilmente saio’’.

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(Diário do Pará)

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