Em tempos de violência cotidiana no Estado do Pará, dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública acessados pelo DIÁRIO mostram que no primeiro semestre de 2014, o Estado bateu o recorde de 3.702 carros roubados ou furtados. Deste total, 1.023 foram furtados e 2.679 roubados com o uso de arma de fogo e intimidação da vítima.

A estatística é da Diretoria de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil, em comunicado interno direcionado à Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal, datado de 11 de julho. O levantamento realizado a partir das ocorrências registradas pelo Departamento de Roubo e Furto de Veículos Automotores (DRFRVA) mostra que do total de veículos furtados ou roubados, apenas 107 foram apreendidos, ou seja, recuperados pela polícia, enquanto que a grande maioria, 1.433, foi recuperada em situação em que os bandidos abandonaram em algum lugar.

Nas delegacias da cidade, os casos são cotidianos e os processos se acumulam em investigações que pouco resolvem a aflição das vítimas. É o caso da historiadora L.B, que prefere não se identificar por medo de represália. Ela teve o carro, um Palio completo do modelo Attractive, roubado em julho de 2012, por volta de 22h, na Cidade Nova. A vítima ia parando no sinal vermelho, quando três bandidos a abordaram e a mandaram sair do veículo. Além da vítima, estavam no veículo dois amigos e a sobrinha da proprietária de apenas três anos de idade. O veículo, lançamento do ano, tinha apenas um mês de comprado e não estava no seguro. Ela conta que o pânico foi duplo pelo medo da criança sofrer alguma agressão e pela perda do carro. “Foi o pior dia da minha vida. Uma mistura de medo, ódio e pânico.

Foram poucos segundos que levaram o meu sonho de ter o meu próprio carro”, diz a historiadora. Apesar de registrar o roubo e reconhecer um dos assaltantes, o veículo nunca foi recuperado.

(Diário do Pará)

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