Está cada vez mais difícil viver sem medo em Belém, dizem moradores da capital. Todos os dias, diversos registros confirmam que a criminalidade está levando vida de jovens e cidadãos de bem.

A morte do universitário Lucas Batulevicios, de 23 anos, na noite de ontem (25), gerou muita comoção e temor. "Estou com medo de sair de casa. Tenho a sensação de que posso ser abordada na esquina e, por causa de um celular ou uma bolsa, ser assassinada por um ladrão", diz a estudante Andréa Dias.

O cenário de terror vivido em Belém desperta reações de vingança e intolerância por parte de quem vê tantas vidas serem ceifadas em troca de alguns trocados. "Minha vontade é ter uma arma e um dia poder mandar um homem desse (criminosos) para o 'inferno'", comenta - revoltado  - o estudante André Pantoja.

Pais, filhos, esposas e maridos vivem com a incerteza do retorno de seus entes para casa após um dia normal, já que uma onda de homicídios e outros crimes toma conta da cidade. Enquanto alguns enterram seus filhos, os criminosos - livres - voltam para sua casas para contar o dinheiro ganho com assaltos, latrocínios, venda de drogas etc.

"Eu fico com meu coração apertado a cada notícia de tragédia com pessoas indefesas. Nossa única salvação parece ser orar e pedir que Deus proteja nossos filhos e amigos, porque não vejo uma solução para acabar com a insegurança que assola nosso povo", lamenta a aposentada Maria José.

Todos clamam por uma ação do poder público, que parece estar atônito e de braços cruzados, sem tomar ações mais enérgicas para conter a criminalidade. "O governador e o prefeito andam cercados por seguranças, usam carros blindados, não andam pelas ruas da Terra Firme ou do Jurunas, não ficam horas em uma parada de ônibus abandonada. Não precisam. Mas será que não está na hora de olhar para nós, cidadãos que não têm as mesmas benesses que eles e seus apadrinhados? Estamos 'a Deus dará' e isso é desesperador e revoltante. Até onde vamos chegar até que alguém faça alguma coisa?", questiona o bancário Miguel Rodrigues.

Sem políticas públicas eficientes, que vão muito além de melhorias na segurança de Belém e Região Metropolitana, mas perpassam pela educação, economia e sistema penitenciário, a população seguirá refém da criminalidade e outros Lucas, Carolinas, Beneditos, Fernandas deixarão de ser pessoas com sonhos, metas, amigos e familiares para se tornarem estatísticas da violência na cidade.

(DOL)

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