Um duplo assassinato na invasão Parque Verde, em Icoaraci, Grande Belém, resultou na morte de um casal. As vítimas foram mortas a facadas e tiros no final da noite de sexta-feira (21) no final da rua C, um local de difícil acesso e que, segundo policiais militares que atenderam a ocorrência, cheio de “bocas de fumo”.

O casal morava em um casebre na invasão Parque Verde quando foi surpreendido pelos assassinos que, depois de renderem as vítimas e fazerem uma busca na casa, caminharam 50 metros e, no meio da rua, as executaram a facadas e tiros.

Uma das maiores dificuldades para se encontrar pistas sobre o duplo homicídio está na “lei do silêncio”, companheira inseparável da impunidade. O local onde o casal foi morto é totalmente abandonado pelo Estado. Becos e vielas sem saneamento básico ou iluminação pública facilitaram o trabalho dos assassinos. 

“Aqui ninguém fala, vê ou ouve o que quer que seja e isso acaba atrapalhando o trabalho da polícia, que vai contar posteriormente com ajuda desses mesmos moradores, pois vão fazer denúncias anônimas pelo 181”, informou a delegada Maria Cristina Esteves da Divisão de Homicídios.

Moradores que se acotovelaram para acompanhar o trabalho da perícia disseram que apenas ouviram 4 disparos e 2 dos 3 homens fugindo por outra rua escura, que dá acesso à estrada do Maracacuera. “Quando eu ouvi os tiros procurei me proteger em casa e só depois vi comentários que tinham matado dois na esquina”, disse um morador, que pediu para não ser identificado.

O duplo homicídio foi registrado na Seccional Urbana de Icoaraci por um familiar de uma das vítimas informando apenas que os corpos foram encontrados próximos a residência do casal e que a casa onde eles moravam estava toda revirada como se os assassinos procurassem algo.

A primeira vítima foi identificada como Pedro da Silva Medeiros, de 41 anos. Levou um tiro na nuca e apresentava a mandíbula quebrada enquanto sua companheira, Diane Alves da Costa, 31, foi esfaqueada 4 vezes, e ainda foi baleada na boca.

“As primeiras evidências apontam para uma execução. Os corpos apresentavam perfurações de faca e tiros efetuados à queima-roupa e tanto ele como ela tinham as mandíbulas quebradas”, informou o perito criminal Vamilton Albuquerque.

“Eu te avisei minha filha, que isso um dia ia acontecer”, chorava a mãe, que não se identificou, em cima do corpo de Diane. O casal morava na companhia de uma filha adolescente de 15 anos que escapou por pouco da tragédia. “Ela tinha saído de casa desde cedo e na hora que eles invadiram o local ela ainda não tinha chegado, senão seriam 3 pessoas mortas”, disse um vizinho que pediu o anonimato.

(J R Avelar/ Diário do Pará)

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