O cenário do crime estava com roupas e objetos revirados pela cama, tanto pelo piso quanto em cima de alguns móveis. No chão e no meio do último e pequeno quarto conjugado de uma vila com três kit-nets, estava o corpo completamente despido de Jaime Soeiro Matos, de 51 anos, cabeleireiro. Ele foi assassinado com 18 facadas, na madrugada de ontem (22) e nenhuma pista do autor do crime e nem a motivação ainda foram descobertas pela polícia.

Os vizinhos da passagem São Sebastião, que fica na avenida João Paulo II, entre as passagens José Leal Martins e São Pedro, bairro do Marco, em Belém, declararam à polícia que escutaram diversos gritos da vítima, mas que não teriam visto nada.

De acordo com declarações levantadas pelo tenente da Polícia Militar (PM) Frederico Mercês, da 2ª Companhia (Cia) do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), a vítima era homossexual e os moradores não teriam percebido nenhuma movimentação suspeita no quarto de Jaime. “Recebemos poucas informações do caso. Os moradores vizinhos só contaram que ele era homossexual e que ninguém viu nada. Só escutaram vários gritos”.

Na frente da vila, foram encontrados um botijão de gás e um par de sandálias vermelhas. Segundo o perito Marco Antônio, do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, há indícios de que as sandálias sejam do suspeito do crime. “O local está revirado e há no piso uma marca de ferrugem, ao lado do fogão, que indica que o botijão encontrado na calçada da vila era mesmo do kit-net da vítima. As sandálias foram recolhidas, pois devem ser do autor do crime”, explicou.

Segundo o perito, as características das lesões encontradas no corpo da vítima indicaram o tipo de instrumento usado pelo assassino. “Foram 18 facadas no corpo. A maioria foi nas costas, peito e também no rosto dele. O objeto perfurante usado pode ter sido uma faca de mesa”, concluiu. Policiais da Divisão de Homicídios (DH) foram acionados e colheram depoimentos de moradores vizinhos da vítima e dos policiais militares que atenderam a ocorrência. Não havia parentes de Jaime no local. O corpo dele foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), para a necropsia e o caso será investigado pela Delegacia de Polícia do Marco

(Fabrício Nunes/Diário do Pará)

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