Ônibus 550, da empresa Belém-Rio, linha Telégrafo/Ver-o-Peso, mas com a viagem interrompida antes de chegar ao final da linha. Sem o trocadilho com o termo, foi o final da vida para o passageiro Raimundo Nonato Rodrigues de Oliveira, 69 anos, mais uma vítima da violência que aumenta em larga escala no Estado, durante um assalto dentro do coletivo na avenida Pedro Álvares Cabral, bairro do Souza, na noite de ontem. Ele era funcionário da Divisão de Polícia Especializada, da Delegacia Geral da Polícia Civil, no setor administrativo.

Segundo a Polícia Militar (PM), dois homens não identificados subiram no coletivo, se passaram por passageiros, pagaram a passagem, mas quando foram em direção da parte de trás começaram a assaltar os cerca de 70 passageiros. “As testemunhas disseram que um dos assaltantes estava com um revólver e o outro com uma faca”, disse o capitão Rômulo, da 3ª Companhia do 1º Batalhão.Ainda segundo o policial militar, a dupla anunciou o assalto passando o elevado Daniel Berg, entre as avenidas Júlio César e Pedro Álvares Cabral. Ao abordarem a vítima, ele teria se recusado a entregar os pertences e reagiu o assalto. “Por causa disso, os bandidos revidaram, e o que estava armado atirou no cidadão, que caiu sem vida”, completou o capitão Rômulo.

Os assaltantes obrigaram o condutor parar o coletivo em frente ao Comara, onde eles desceram correndo desesperadamente e sem rumo, sem serem identificados. Deixaram para trás a faca estilo “peixeira” usada no assalto, assim como um carregador de pistola ponto 40, de onde saiu o tirou que tirou a vida do idoso Raimundo Nonato Rodrigues de Oliveira.

Segundo os peritos criminais, os assaltantes deram um único tiro em Raimundo Nonato Rodrigues de Oliveira. Apesar disso, não levaram os pertences da vítima. “Foi um tiro frontal, na testa. Ele ainda tem uma lesão na mão direita, como se tivesse tentado se defender”, detalhou Jorge Lopes, perito criminal.

A Divisão de Homicídios (DH) vai solicitar as imagens das câmeras de segurança instaladas dentro do ônibus para empresa. “As imagens vão mostrar a fisionomia dos assassinos e vão nos ajudar a chegar neles”, afirmou Glauco Valentim, delegado da DH.

O MOTORISTA

O fato deixou o motorista e a cobradora do coletivo desolados. Segundo o condutor, que pediu para não ser identificado, essa é a rotina dos rodoviários, que vivem todos os dias o risco de serem vítimas da violência. “Desde a hora que saímos de casa ficamos temerosos. Não foi eu e nem a cobradora as vítimas, mas isso deixa a gente abalado”, lamentou.

(Alexandre Nascimento/Diário do Pará)

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